quarta-feira, 18 de março de 2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

God is Great!


Ontem fui assistir a um filme que ganhou o Oscar. Não sou chegada a este tipo de coisa, o Oscar, para mim, é apenas uma forma de marketing da indústria cinematográfica para levar um público ainda maior para as telonas e, como eu nem sempre concordo com a opinião dos jurados, resolvi não assistir o filme vencedor. Mas, eu estava na sala escura, para assistir outro filme, quando vi o trailler do filme Slumdog Millionaire (Quem quer ser um milionário – no Brasil) e a doçura do trailler me tocou. Pensei que, de repente, o título podia ter realmente sido merecido.

A película trás a dura e triste realidade da Índia, crianças abandonadas, os catadores de lixo, as grandes favelas, os exploradores de menores, a fome, enfim, as violências que sofrem a cada dia as crianças deixadas ao Deus dará... Via o filme com o coração aos pulos, era real! A realidade da Índia é a mesma do Brasil, dos EUA e de tantos outros países. E aquele menino de 18 anos tinha tido a vida como escola e que escola f.d.p. e ainda assim, ele era doce! Respondia pergunta a pergunta baseando-se na sua própria vida e nas lições que havia adquirido no decorrer dela, e eram muitas as lições, mas, surpreendente mesmo, era ele ainda estar vivo. Jamal, o protagonista, não se impressiona , nem se deslumbra com o poder das armas, do crime organizado, como seu irmão Salim (e quem pode culpá-lo, por ver nisto uma forma de sobrevivência menos cruel para si mesmo?!), que ajoelhava-se e rezava todos os dias para seu Deus, pedindo-lhe perdão por tirar a vida de tantos outros; como os matadores de aluguel dos cangaços, caatingas, cerrados e até meso das cidades, que até hoje trabalham e mantém sua espiritualidade viva (para não enlouquecer, talvez?!)

Mas, a doçura de Jamal é mantida por amor, pelo amor que sentia por uma mulher, Latika, que conheceu na infância, que foi violada por seu próprio irmão, aos 14 ou 15 anos, e dada como “escrava sexual”, também por Salim, ao dono do crime organizado local.

Justo quando eu achava que a película não podia ser mais tocante, Salim me sai com um “God is great!”, quando está a beira da morte, no auge dos seus 20 anos, por ver seu irmão tornar-se um milionário, enquanto ele jaz sem vida. Como, minha gente, God is great?! Os católicos que me desculpem, mas depois de tanta miséria, como é que o cara pode afirmar que God is great?! – com interrogação e exclamação no final mesmo! Creio que na posição dele eu ia achar que God is a mother fucker, who fucked my mother and my life. Para mim, que nunca passei fome, que vivi, enfim, uma realidade completamente diferente e muito mais favorecida que a dele, vá lá que eu exclame “God is great!”, entretanto, Salim, Jamal e Latika parecem pensar o contrário, porque o amor triunfou. E esta foi a lição do filme para mim. O amor entre os dois irmãos, o amor pela vida, o amor pela companheira, que permeou toda a existência das três crianças no filme, o amor que nos faz ter coragem de lutar pelo que queremos e consegui-lo.

Por todo este amor, eu tenho que concordar, God is really Great!

segunda-feira, 2 de março de 2009

MUDANÇAS


Ainda ontem assistia a um programa de TV que trazia a clara mudança visual de personalidades da mídia. E fiquei pensando no quanto uma pequena mudança interna pode refletir na forma como nos vêem e nos vemos externamente, ou vice-versa. Acredito que sempre que passamos por fortes mudanças, independente do tamanho, reagimos com um, igualmente forte, desejo de uma mudança externa. Um corte de cabelo, uma nova cor para as madeixas, um novo par de sapatos, um vestido novo, uma depilação nova. Enfim, creio que um pequeno ajuste de foco, nos leva a querer experimentar a vida de uma outra maneira, e, conseqüentemente, a experimentar coisas novas. Eu, mais taurina do que nunca, me vejo querendo comer coisas que nunca comi, beber drinques para os quais sempre fiz careta... Porque, como me explicava uma amiga, taurinos são assim, vão sempre aos mesmos restaurantes, pedem sempre o mesmo prato, têm uma rotina sempre bem controlada. E eu, que sempre achei isto a maior caretice, me vejo fazendo estas coisas, disfarçadamente desde criança. Desde a chegada dos trinta (e viva os 30!), me vejo querendo experimentar o novo e tenho tido como reflexo, uma nova forma de comportamento, uma nova verborréia, com menos palavrões e gírias, com menos necessidade de ser engraçada ou de ser cabeça ou conselheira...Enfim, mudanças por mais doloridas que sejam, acabam sempre sendo gratificantes, por mais que na hora que o caminhão passe por cima do nosso dedão, a única resposta lúcida por 3 meses seja praguejar, os outros 9 meses, serão de pura descoberta de novas vias de pensamento e de consciência, afinal, como prega a física quântica, somos pura energia, e atraímos para nós mesmos aquilo que queremos, mesmo que a princípio, a atração pareça ser fatal. Creio que a cada morte, como na história do gavião (que se choca contra o rochedo até quebrar o bico e arranca com os próprios dentes as unhas), renasçamos outros, diferentes, melhores, com menos necessidade de nos machucarmos, com menos gosto por roer as unhas, com mais vontade gavião de viver e renascer a cada ano. Como o sol ou a lua que renascem a cada dia e não sofrem por isto, porque, se pararmos pra pensar, é justo o que acontece conosco, renascemos a cada dia, diferentes.