quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Marchinha

"oh abre alas que eu quero passar...."
Fui ontem ver na Barra a abertura do carnaval, com as tradicionais bandinhas, especialmente, a mais antiga de todas, a do Habeas Copus. Há alguns anos atrás, a minha memória sobre o evento era de algo divertido e muito tranquilo. Ontem, a minha memória foi borrada. Sequer consegui distinguir que bandinha era do habeas!
A aglutinação de pessoas era tão grande, que não dava sequer para ver os nomes dos bares, imagine reconhecer o local.
As bandinhas caíram na moda e de bandinha só resta o nome. O que vi ontem foram blocos enormes, com cordas, camisas, poucas fantasias, mas muita, muita gente mesmo. E em nada era diferente do carnaval de trios elétricos. Depois de uma corda, outra, sons que se misturavam no ar e mais parecia ruído do que marchinha.
A melhor banda da noite - quer dizer, na minha opinião, claro, durante todos os 60 minutos esgotantes que passei ali - foi uma composta em sua maioria por famílias, literalmente famílias. Os pais e mães seguravam as cordas, tocavam uma percussão móvel - engenhoca fabulosa onde foi possível não só segurar todos os tambores, como deslocá-los quase sem esforço - tocavam os instrumentos de sopro, empurravam carrinhos de supermercado com crianças e cervejas e vendiam para aqueles que haviam saído neste bloquinho as bebidas. E a festa, a dança, a animação ficava por conta das crianças. Uma mãe era a puxadora do bloco e as crianças faziam o carnaval. Isso sim, achei lindo, divertido, e a isso dediquei minha dança, minha atenção, minha alegria. Fantasiados toscamente com o que puderam improvisar esse bloquinho me fez sorrir e tornou minha noite muito mais feliz!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A Folia

Quando o verão chega em Salvador, as coisas começam a acontecer. Tudo bem que as coisas são festas, mas junto com a estação, a cidade se amplia, se agita e assim também acontece com suas atrações culturais. Para minha surpresa, algumas das coisas mais interessantes da cidade estão acontecendo nas quartas - feiras. Numa delas fui para o show de uma das bandas que mais gostava na minha adolescência, que, como tudo o que é bom, acaba, mas, como tudo que é bom também é reeditado, ela voltou. De roupa combinada, com quase os mesmos músicos muito afinados e muito empolgados, a Dead Billies fez todo mundo levantar das cadeiras do Pós Tudo e sair de lá com um sorriso no rosto, inclusive eu! Engraçado ser no Pós Tudo, porque para mim, foi assim, após tudo o que já nos passou, afinal eu gostava da banda aos 16 anos..., após tudo, feliz!


Aí, num sábado recebo um mail informando que haveria no Rio Vermelho uma reunião de palhaços. Cada um que fosse caracterizado atrás da banda. No mesmo dia, a banda De hoje a 8 fez a uma convocação parecida. Venham e tragam suas fantasias para que a de hoje a 8 faça você sambar no Santo Antônio (além do Carmo). Acabei indo para a segunda, pois já conhecia primeira. E não me decepcionei. Pais, filhos, todo mundo de sandálias e não havia empurra-empurra, ninguém pisava no pé de ninguém, a percussão era mesclada uma parte feminina, outra masculina e a única violência que vivi foi uma louca colocar alfinetes na bolsa para "evitar ladrões". Imagine, num local público com tanta criança.... Afora isso, aninamação não faltou e a garantia que para ano a gente se veria de hoje a 8! No Rio Vermelho, os palhaços acabaram cedo, então, não consegui ir atrás da banda, mas chegar em Cira do Acarajé e ficar numa mesa conversando com um monte de palhaços não deixa de ser surreal e engraçado!


Afora o agito da cidade, as pessoas ficam mais abertas no verão e de quarta em quarta vou encontrando gente interessante, da cidade, do velho oeste da Bahia, de outros estados e a única coisa que posso dizer de tanta diversidade é que estão todos em uma folia só!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A horda



SSA foi invadida ontem por uma horda de marginais. Foram as ruas portando armas, ameaçaram, bateram, atiraram, abriram os cárceres, autorizaram marginais, espalharam boatos de arrastões, fizeram arrastões, bloquearam vias e causaram pânico e transtorno à população. Essa horda foi as ruas para, a princípio, reinvidicar direitos. Mas será possível fazer isso, quando se rouba o direito do outro, no grito, na ameça, na porrada ou no tiro?! Essas cenas foram incitadas e organziadas pela facção criminosa da polícia que entrou em greve e que não foi ouvida pelo Governo. Se sentindo muda e desrespeitada - como aliás se sentem os brasileiros que precisam ir na delegacia, por exemplo - resolveram partir para esta ação, que no mínimo é covarde.



No reino animal, todo grupo tem um líder, que é respeitado e seguido pelo clã. O bicho homem não confia nos líderes que escolhe e por isso, para manter, a ordem criou a polícia. Mas o que fazer quando já não se sabe mais quem faz o papel do bonzinho e do mal? O que fazer quando é a própria polícia que gera a desordem? O que vi ontem em SSA me deixou muito triste, desacreditada na humanidade mínima possível dos oficiais em greve e daqueles que também estavam de plantão trabalhando.



Deixo, então, a ordem sob o comando dos cidadãos, porque a desordem bruta, fica com certeza sob o comando da polícia que já provou ser extremamente eficiente neste tipo de movimento estúpido e agressivo.