sexta-feira, 25 de setembro de 2009

4 Paradas



Peguei um ônibus da Barra em direção ao Campo Grande, bem cedinho, às 07. Quando entrei no ônibus, me deparei com vários homens sentados em bancos próximos, porém distintos. Um todo de vermelho (claro que as estampas não combinavam, mas para ele estava ótimo), outro todo de preto, outro de verde e azul. O rapaz todo de preto, ligou a música do seu celular e o ônibus todo começou a escutar música sertaneja. Na primeira parada, entrou uma senhora, não falava muito alto, mas começou a chorar, contou que havia perdido o marido e o filho num acidente, que havia ficado na miséria junto com a nora e que resolveu pedir no ônibus, por mais que aquilo lhe causasse vergonha, porque sempre fora dona de casa, nunca havia trabalhado,mas não agüentou ver seu neto desmaiar de fome. O choro da senhora comoveu a todos e o homem de preto, gritou de lá:? “toma aí, senhora, não precisa chorar!” E cada um dos homens coloridos foram tirando as “nicas” do bolso e dando para a velha. Na segunda parada, a velha desceu, os homens se reuniram e começaram a falar da velha, o de vermelho alfineta: “pra menino, eu não dou, mas para uma velha chorarando assim, ou vai para Globo ou tá passando necessidade mesmo!” (vocês acreditam que a velha faz isto há anos! Tem que ir para Globo!), ao passar por uma construção, comentaram: “voar baixo não é para mim, não, só gosto das alturas, dos prediões!”. Os outros concordaram e desceram no terceiro ponto, em frente a uma construção. O quarto nem era ponto, mas o motorista parou para pegar um mingau com uma senhora baixiiiiiinha, gordiiiinha, destas bem rechonchudas! Quando a moça olhou para ele, ele gritou de cá: “ quase que não parava aqui hoje!”. E a outra: “Por que, meu bem?”. O homem grande, gordo e risonho, sem perder o sorriso, “pelas coisas que você falou...”. E ela: “que coisas?”. Ele: “c sabe!”. Pra terminar a conversa com chave de ouro, depois do namoro público: “pois hoje eu volto contigo, meu bem, para você me contar tudo no ouvidinho!”. Depois desta, tive que descer no ponto! Que pena! RS

Absurdos Americanos



Foi com grande choque que ouvi a notícia (é! Eles tiveram coragem de anunciar isto) de um grande feito americano. Agora eles estão próximos de descobrir a cura da AIDS, que quase 20 anos depois de ter sido descoberta ainda não tem cura. Não querendo contaminar a própria população, os espertos americanos foram para a Tailândia, como poderiam ter vindo para o Brasil. Ofereceram dinheiro vivo e rápido para o contigente populacional sedento de comida e de uma alternativa de subsistência e infectaram uma percentagem (não mínima e que, nem de longe pode ser desconsiderada) da população, injetando vacinas que já não haviam funcionado antes, só que desta vez combinadas. O resultado? 30% da população infectada, e nem sinal de cura, apesar do criminoso cientista mostrar-se feliz por estarem mais próximos agora de, finalmente, encontrar uma cura. As opções americanas começam a se esgotar. Tailândia, down; Africa, down, Índia, down, Brasil,???? Eles já tomaram a Amazônia (os soldados já estão lá, com suas bandeiras fincadas no solo brasileiro – o que é para eles significa território já conquistado!), já invadiram cada um dos estados brasileiros com suas Mc Donald´s, Subways, Fords etc. Creio que o plano deixou de ser conquistar o mundo e tornou-se destruir o mundo, para re-construí-lo só com americanos. O bom é que gananciosos como são, acabarão por destruir-se uns aos outros. Ops, mas isto já está acontecendo?!...

domingo, 20 de setembro de 2009

Partes esquecidas da cidade, partes esquecidas de mim


Caminhava outro dia pelo centro da cidade. Gosto de andar de ônibus às vezes, creio que é uma boa maneira de ver as coisas de uma outra forma e não passar pelas pessoas, se encontrar com elas! Fui fazer uma prova em Nazaré e caminhando por ali, decidi pegar um ônibus, descer no Campo Grande e ir andando para casa. Nossa, como fazia tempo que não passava por ali, era quase como se aquela parte da cidade não mais existisse no meu mapa da cidade, era como se ela estivesse morta. Foi neste instante que uma idéia me assaltou, era assim também com meu corpo, havia partes em mim, que de tanto não ir, acabei por esquecer. Sei que ela existe, mas já não passeio por ali... Re-visitar o conhecido é quase ver o velho com outros olhos, com novos olhos. E, foi pensando nisto que me senti invadida por uma alegria, que só quem viveu o re-encontro de um velho conhecido que lhe trás boas memórias, pode sentir. E hoje, apesar de sentir uma vontade grande, deixarei o texto assim mesmo, sem estar realmente terminado, porque creio que as explorações de nós mesmos, das cidades, dos tesouros, dos fósseis, sejam mesmo assim, sem fim.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Descobrindo meu valor (porque concordo com Cris :)


Depois de anos passeando entre experiências, profissões e diferentes carreiras, acabei parando no inglês. O ccaa foi a única cia em que me mantive por anos, mas ontem, comecei a me questionar por quê? Recebo salários advindos dos cheques dos alunos, que chegam sem fundo, borrachudos etc, minhas horas extras não remuneradas são longas e cansativas e, segundo eles, obrigatórias. Corro de um lado para o outro, me esforço para ser boa, para dar uma boa aula, para não deixar o aluno na mão, já ouvi que sou uma professora que consegue manter os alunos na casa e por isto sou privilegiada com mais turmas, aí vem mais controvérsias... Me demitem, para não ter que pagar os impostos que a empresa deve ao governo, fico sem carteira assinada por todo o primeiro semestre, fico na rua da amargura em julho, sem receber um puto, porque os outros professores que acabaram de começar, mas que, rapidamente, caíram nas graças da diretora, foram privilegiados e estes mesmos professores têm o mesmo número de turmas que eu, que sou privilegiada... Depois de julho, fiquei desesperada, peguei 9 turmas e corro entre a Paralela e Itapuã, para no fial do mês ganhar R$700,00. Ontem, caiu sobre a minha cabeça um grande sino que não pára de estalar me dizendo que sou desvalorizada, que não desejo continuar e que esta escolha em ser desvalorizada foi minha, que me mantive nesta posição e hoje digo NÃ O. Ouvi ontem de Cris, que quando tem que ser, as coisas acontecem, basta a gente confiar. Acho que não estou confiando tanto assim em mim, porque se este fosse o caso a antiginástica já estaria acontecendo, como estou vendo acontecer com algumas colegas que nem eram da área... Ontem, tive uma luz, um raio, que me partiu ao meio, me dizendo que agora é a minha vez e que eu era mais desvalorizada que livros, cds, perfumes, todos eram mais caros que eu, em resumo, eu estou sem valor, para mim e para o outro e que esta é uma posição que já não desejo mais ( não desejo isto nem ao meu pior inimigo...) Chegou a hora de me dar valor!