tag:blogger.com,1999:blog-17228490004116068712024-03-14T02:17:36.534-07:00Janela da CucaJanela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.comBlogger66125tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-15266337438804559392013-03-13T08:45:00.002-07:002013-03-13T08:45:25.065-07:00De braço dado com a MáfiaCom todo o meu respeito a igreja católica e seus ritos, eu vejo esse conclave como um grande circo, como aqueles perpetrados pela máfia. Quem será o novo mafioso a comandar com mão de ferro o reino dos céus? Porque o novo papa comandará Roma, que é uma cidade pequena, mas guiará também os corações de muitas, muitas outras pessoas, de diferentes estados, cidades e países.<br />
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Vejo aqueles homens cheios de poder, arcaicos em seus pensamentos, com suas roupas "démodé" a la moda romana, ditando as regras de quem fica e de quem tem que ir embora, quem deve continuar ali e quem deve ser calado, quem deve ser banido, jogado num buraco, seja ele um retiro ou um asilo, quem irá continuar estuprando as criancinhas, abusando das meninininhas, papando os coroinhas, sempre dentro do manto protetor da igreja, da pompa e da pose que a tudo esconde, sob o peso de suas vestes eclesiáticas.<br />
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Como a Igreja se diferencia da máfia? Essa reunião de padres, bispos - enfim aqueles escolhidos de acordo com sua extensão de poder, já que esses postos nada mais são do que escalas de poder dentro da igreja Católica, como ou em que eles se diferenciam da máfia? Do crime organizado? <br />
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Não era isso que fazia a máfia? Decidia quem ia suceder quem, quem ia para o buraco, quem tinha que sair da cidade, quem manteria o império e continuraria fechando os olhos para as irregularidades, para os abusos. A máfia, como a instituição da igreja, toma isso como traço da personalidade, que mal algum fazia, contanto que o trabalho fosse bem executado.<br />
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Aqueles que seguiam os mafiosos - como na Igreja - o faziam de coração, por gratidão e adoração. Então, não me interessa quem será o próximo papa, para mim, ele não será ninguém menos, do que o Don Corleone, dêem a ele o nome que queiram dar. Eu já escolhi o meu.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiTrWPWoHCoVG_LIpXmY3FqZH9pe8HR_KeB15yV_doiGYBgkr8kMuDfyCL5ZzVb73SrpPcSi9m3tKYLsztIoDYd85wwZfGTNF4ceUfSadHTgcGzvQ_VcbtXjWqzLFQX6rcHrZsxN-XMgs/s1600/untitled.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiTrWPWoHCoVG_LIpXmY3FqZH9pe8HR_KeB15yV_doiGYBgkr8kMuDfyCL5ZzVb73SrpPcSi9m3tKYLsztIoDYd85wwZfGTNF4ceUfSadHTgcGzvQ_VcbtXjWqzLFQX6rcHrZsxN-XMgs/s1600/untitled.bmp" /></a></div>
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PS: Faço uma ressalva. Acho que a instituição igreja perdeu-se. Acredito na religião, na fé, na espiritualidade, inclusive, católica, já que fui criada nela. Mas não creio mais nessa empresa administrada pelo Vaticano, que ainda chamam de santa.Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-4633445891270594552012-10-31T06:43:00.001-07:002012-10-31T06:43:52.117-07:00Feliz com os animaisVoltando para casa outro dia, me foi sugerido mudar a rota. E como estava caminhando, topei - porquê é fato que tenho medo do trânsito, se fosse para mudar o caminho quando vou de carro, acho que não faria a não ser que estivesse dentro de um horário confortável, que significa dizer das 11 às 15:30 e olhe lá!<br />
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No caminho encontrei primeiro um cachorro branco, grande, peludo, que já devia ter sido bonito, mas cego de um olho, com o pêlo espetado, realmente, ele parecia ter sofrido muito. Aí, dividi com ele meu pão de queijo. Ele, então, começou a me seguir, e só deixou meu caminho, quando uma senhora, sua dona, o chamou de volta. <br />
<br />
Depois, uns 2 minutos após o encontro com o cão, escuto um miado. Fiquei procurando o gato pelo chão, mas ele estava na janela, miando para mim. Seu miado, chamou um outro gato à janela e os 2 ficaram lá, miando para mim. Como não sabia o que fazer, fiquei lá, olhando para ele,o que primeiro me havia chamado, até ele parar de miar.<br />
<br />
Então, foi a vez das borboletas, de tamanhos variados, a que mais me encantou era negra e parecia ter desenhos de olhos cor de rosa nas asas. Mas os bem te vi, as espantaram. E pareciam me seguir de árvore em árvore.<br />
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Depois dos meus encontros "animais", fiquei mais interessada no que estava a minha volta e vi as lojas de móveis em madeira, em vime, as antiguidades. Enfim, SP me presentou de novo, com coisas boas, que acabaram compensando o metrô lotado e o ônibus em igual condição, onde voltamos todos fritando como ovos em frigiderias, com o calor subindo na forma de vapores do asfalto, tornando o ar tão denso, que beira o irrespirável. <br />
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Neste dia, resolvi não ir direto para casa, parei no teatro de Gru e fui presenteada com um café com choro, gratuito. Engraçado, como quando a gente tá feliz, tudo parece mais fácil de lidar e a noite acaba em festa ou em música :)Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-44657525533074566492012-10-09T16:24:00.001-07:002012-10-09T16:24:26.913-07:00Saudade<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Saudade é um negócio impressionante!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Me peguei olhando as fotos do casamento da minha irmã. E depois dos encontros com a Txurma do Mar, depois com outras turmas. E o mar...Ah, o mar! Como sinto falta de estar nele! Fui para SSA, fui para o mar do Iate, mas o mar de clube, não tem areia, aí, não parece que não é mar de verdade...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Depois que meu computador pifou, vi o quanto a impressão das fotos, que me parecia algo arcaico, que só fazia volume, especialmente nas mudanças, era algo bom e não, simplesmente, um<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>peso. Viver o presente é fundamental, muito bom, mas quando se está sozinha numa cidade que você conhece pouco (Marcos está viajando), ter amigos no lugar, ter um lugar de graça para ir para não fazer nada, a não ser se molhar, se refrescar, renovar as energias, faz toda a diferença! Ainda mais quando se pode ir andando, sem ter que pegar o carro para ir a qualquer lugar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Nunca fui uma dessas pessoas que fica revisitando locais, pessoas, estórias. Mas hoje, limpando a casa, me peguei querendo rever minha própria história, as pessoas que fizeram parte dela e que, ainda bem, continuam fazendo! Talvez por não gostar do meu passado, de sentir certa vergonha dele, nunca quis revisitá-lo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Curioso o que mudanças de cidade, de país, fazem com a gente. Cria a necessidade de ter raiz....E de lembrar das próprias origens. É tão bonito ter uma família para quem voltar, amigos para continuar compartilhando. Em Júpiter, Zillion, Bremen, Madrid, SAJ, Salvador ou qualquer outro lugar, é bom saber que se tem mais de uma casa onde quer que se vá e isso, dá uma saudade!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
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<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
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Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-60396089330045993052012-10-03T19:37:00.002-07:002012-10-03T19:37:55.219-07:00Porque esta cidade é uma caixinha de surpresasEm pleno inverno, faz um calor tão grande, que andando na rua tive que parar e comprar uma camisa de alças, para minha pressão não baixar mais. A secura era comaprada a de um deserto. Redemoinho de poeira, falta de água nos parques e gente tomando sol nas áreas verdes era como se estivesse vivendo um forte verão no Saara. Na primavera, as árvores estão com as folhas caindo, como numa troca de estação, mas os termômetros marcam 10º, apesar da sensação térmica, ser de 8º, por causa do vento. Então, o que levar na mochila quando a previsão é chuva fraca e passageira, com sol predominando e uma pequena queda de temperatura à noite?! Eu acabo levando tudo! Guarda-chuva, casaco, echarpe, camisa sem manga, camisa de manga, água, tudo! Porque a pequena queda de temperatura à noite, me faz bater os dentes, mas o sol predominando pela manhã me faz suar como se estivesse num cuzcuzeiro! <br />
<br />
Mas não é só o tempo que fica louco, o trânsito também não se comenta... O caminho que faço para voltar para casa, é até bonito. Posso apreciar a arquitetura da cidade. Passo pela Estação da Luz, Pinacoteca, a antiga estação de trem... no pôr do sol então, a vista fica mais bonita Mas, quando qualquer coisa pára aqui, mesmo que seja apenas um semáforo, tudo pára. O percurso para casa, com engarrafamento leva 1hora. Hoje levei 2h! E o trânsito aqui é como um bicho. Você olha e ele a princípio não te incomoda. Mas, o tempo vai passando e o bicho vai lhe olhando e quanto mais o tempo passa, mais o cansaço bate e o bicho parece que vai se tornando maior e vc vai se deixando abater pelo cansaço. E quando os ombros se elevam, o bicho lhe pega pela espinha até o rabo. Não há como combatê-lo... Levei tempo para ter coragem de dirigir em SP, por causa do trânsito, o tão famoso trânsito. Hoje, apenas hj ele foi real para mim. Justo hj qd comentava com uma amiga q preferia passar uma hora no carro com som e ar ligado, do que vinte no metrô lotado, abafado, sem ar, com o suvaco e a genitália alheia colada em meu corpo, para depois experienciar duas horas no ônibus, numa situação muito parecida ao metrô! Então, só me resta colar na mochila o bottom, metrô lotado, eu FUI. Trânsito louco, eu FUI!<br />
<br />
Eu gosto de surpresas, mas daquelas boas. A cidade tb me deu dessas. Mas, eu sei que quero mais! Porque quando o doce é bom, a gente só consegue pedir mais e deixa as outras surpresas não tão agradáveis para lá!<br />
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Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-49367211528855199942012-09-19T07:18:00.000-07:002012-09-19T07:18:45.733-07:00Percepções da Cidade<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Uma amiga querida minha (Cris Oliveira) me perguntou sobre minhas impressões da cidade, com meu olhar de turista. E foi só diante do questionamento que percebi que estava evitando olhar para a cidade, talvez para não resistir a ela.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">São Paulo é uma cidade – que como muitas outras, acredito – mescla muita coisa. Primeiro, a cidade foi e é constituída por imigrantes, dantes italianos, japoneses, espanhóis e portugueses, hoje nortistas, nordestinos, coreanos e peruanos. O que mais escuto aqui é que os paulistanos genuínos estão desaparecendo. Acho pura balela, já que aqui tem milhões de habitantes que, independente de onde vieram, habitam há tanto tempo a metrópole que já são genuinamente paulistanos!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Para minha surpresa, num local que respira cultura, o português deixa muuuuiiittttooo a desejar. A história do lugar também está perdida dentro do acervo municipal da Prefeitura, já que quem aqui vive nada sabe sobre a cidade, como, por exemplo, os nomes dos locais, que são tão pitorescos, como Vila Nhocuné, Jacu-Pêssego, Armênia, Consolação, só para citar alguns. Percebi que aqui, cultura mesmo, encontramos nas pessoas, que trazem suas culturas para cá e as mesclam com o que aqui aprendem e na Avenida Paulista. Nossa! Lá a arte está em toda parte! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Algumas coisas que observei aqui que, por mais que tente, não consigo compreender a lógica paulistana. Primeiro, todo mundo está sempre correndo. Parece que correr, virou um hábito tão rotineiro, que todo mundo está sempre atrasado – única explicação para tanto empurra-empurra e correria! Segundo, se a corrida é o ritmo para chegar a qualquer lugar, então, comer fica para depois e todo mundo digere o café da manhã, almoço ou jantar aos trotes de cada passo. E a comida tem que ser rápida, prática e, portanto, é artificial ou nada saudável! O que se vê pulando nas mãos das pessoas são pastéis, pizza, pães de queijo, batatas fritas etc. Terceiro, diminuir o ritmo aqui parece ser proibido, aí, o paulistano é viciado em café. E como bebe muito café e come em horários loucos e a qualidade da comida é questionável, o pantoprazol ou omeprazol é o remédio campeão de vendas, porque todo mundo tem gastrite. Ainda como conseqüência do ritmo, do excesso de café, da corrida desenfreada para ganhar dinheiro e chegar em algum lugar antes dos trinta minutos, o segundo campeão de vendas das farmácias são os medicamentos para enxaqueca e o terceiro, empatados com os remédios destinados à má digestão e os moderadores de peso, são os estimulantes ou energéticos. Assim, o cidadão aqui é fã das corridas, das comidas gordurosas, do café e sofre muito com as enxaquecas, insônias, dores e tensões pelo corpo. O local é um prato cheio para a Antiginástica!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Aqui a técnica é uma via possível para viver! Porque, como percebem os próprios paulistanos, viver é o que vem depois do trabalho, e só acontece quando há tempo, mas tempo, é riqueza escassa aqui, com tanto engarrafamento, com tanta gente nos ônibus, metrôs e trens.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">No início não compreendia porque todo mundo era tão bruto nos transportes públicos. Mas, São Paulo ensina que perder o centro, a calma, a paz e o tempo aqui é muito mais fácil que ganhar qualquer um desses. A brutalidade é fruto dos ensinamentos da cidade. Para minha alegria, ela não é partilhada por todos! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Nos meus 2 meses e meio aqui já vi motoqueiro morrer, senhores caírem no metrô e só serem auxiliados por mim, gente enlouquecendo de solidão pelas ruas da cidade, homens no metrô abrindo os zíperes para aumentar o contato entre a bunda da moça da frente e o órgão sexual dele (isso é recorrente pelo visto nos horários de pico, quando tirar o pé do chão ou ajeitar os braços é impossível!) e no mesmo transporte, gente que sequer se conhece se beijar. Acho muito para o pouco tempo. Mas, também, vi flor nascer do meio do cimento, árvores florirem do galho de outras, o perfume das flores nos parques, gente que mal me conhecia abrir as portas de si e da casa para mim, árvores florescerem lindas em pleno inverno, gentileza no meio do metrô lotado, cegos sendo auxiliados por gente que passava e identificaram alguma dificuldade para o deslocamento.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Enfim, adoro ver a cidade como turista que sou, andar sem pressa para qualquer lugar – já que saio três horas antes para qualquer lugar! – os cafés na rua, os parques, as árvores, a conversa daqueles que se perderam pelas ruas e pelas drogas daqui, as conversas dos nordestinos e nordestinos com sotaque paulistano e a sensação de que aqui tudo acontece, se você está com os olhos e coração abertos para ver e sentir!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-12560873468886686352012-08-31T13:10:00.001-07:002012-08-31T13:10:41.547-07:00De Passagem
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Sabe, escuto todo o tempo as pessoas
– inclusive eu – reclamando da vida que escolheram para si. Mas, acredito
firmemente que é necessário viver com as próprias escolhas e, especialmente,
buscar modificá-las, para que a vida se torne algo sobre a qual reclamemos
menos ou até, se possível, desfrutemos!<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Isso, que sempre foi algo que
carreguei em teoria foi ficando cada vez mais claro. A certeza veio em via
dupla. Uma, assistindo ao filme de Almodóvar: A pele que habito. Um dos
protagonistas pediu tanto por uma mudança que ele não cumpria, que um outro foi
lá e fez isso pra ele, da pior maneira possível... A outra foi estar voltando
para casa de carro, por uma das avenidas mais movimentadas daqui, a Papa João
Paulo I e presenciar o exato momento em que um motoqueiro, que vinha acelerando
e tentando a todo custo encurtar os caminhos, o tempo, perdeu a vida ao ser
atropelado por uma Kombi. No susto ele ainda conseguiu salvar o carona. <o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Ambos usavam capacete, como usamos
proteções no corpo, as couraças – batizadas por Reich, mas nem sequer elas nos
salvam de nossas próprias escolhas, talvez, até, pelo contrário, nos levem
direto para elas.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Correndo o risco de cair em muitos
clichês, repito para mim: “a hora de mudar é agora!”<o:p></o:p></span></span><br />
Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-68356486007854564672012-06-01T18:39:00.004-07:002012-06-01T18:39:46.837-07:00Gentileza!Morando em SSA minha vida toda, acredito que aqui se encontra muita coisa interessante, mas algo que parece estar sumindo - não por falta de apreciação, creio eu - é a gentileza. No trânsito ou em locais para pedestes mais cheios, o que mais se vê é justo a brutalidade, a falta total de cerimônia para fazer menção e muitas vezes, partir para a ação, de ocupar o espaço do outro, ultrapassando os limites da boa educação. <br />
<br />
Como caminho bastante, acredito que Salvador não foi feita para carros, bikes e muito menos para pedrestes - essa é uma terra de ninguém! kkkkkkkk<br />
<br />
Por isso que quando vejo alguém parado na faixa de pedestre só aguardando sua vez de passar, eu paro mesmo e nem penso que estou fazendo nada além de minha obrigação, afinal, estou apenas respeitando as leis do trânsito. Mas, não raro, cada vez que páro, o que mais escuto são buzinas e reclamações por ter, simplesmente, deixado alguém passar na minha frente e ter "perdido"2 minutos! Já ouvi que os carros só páram na faixa de pedrestes da Barra - concordei com isso, mas vejo como razão o fato da Barra ter um trânsito e ruas que impedem altas velocidades. Eu sei que eu, havendo pedrestre esperando, páro em qualquer faixa, salvo os momentos que penso que algum carro irá literalmente passar por dentro do meu!<br />
<br />
Então, tendo que fazer um mantra pessoal todos os dias que dirijo para não me tornar Pateta Andante, Pateta no volante - desenho da Disney que assisti há muitos anos atrás, que retrata perfeitamente o que vejo hoje no trânsito desta cidade - Pateta todo feliz, tranquilão, enquanto pedrestre e um louco descontrolado atrás do volante. Como alguém sábio já havia me dito, é mais fácil ser agressivo, atrás de uma proteção metálica...<br />
<br />
Eis que hoje surge algo deliciosamente imprevisível. E não foi um único fato, foram dois seguidos! Eu, falando sério, me senti abençoada! <br />
<br />
O primeiro, páro no posto para calibrar os pneus do carro (porque a cidade está um buraco só!) e havia um furgão na minha frente. O motorista terminou de calibrar os pneus dele, pediu, com boa educação para que eu encostasse ao lado do carro dele - até aí, eu imaginei que estacionando ao lado do furgão dele seria mais fácil para ele sair - mas, ele, então, moreno, de cabelos negros, com uma tatuagem discreta na parte interna do braço, só vista quando ajeitava o cabelo para trás, ou seja, o cara ainda era gato! E o gato me pergunta, quanto é a calibragem? E sem pedir nada, por pura gentileza ele calibra meus quatro pneus! Eu nem sequer podia acreditar! Agradeci umas mils vezes e quase me empolgo e entrego meu telefone para ele, pra agradecer um pouco mais! rs <br />
<br />
A segunda: saindo desse posto, ainda encantada com a gentileza, vejo um carro parar o trânsito, dar uma leve buzinada - e eu lá já me preparando para fechar alguém para conseguir sair da loucura que é o sistema de tráfego daqui, onde 3 faixas viram uma sem que haja na pista qualquer tipo de sinalização, onde os retornos estão sempre na pista de velocidade e onde existe uma concentração de entradas e saídas numa mesma rua. Então, esse carro buzina gentilmente, pára o trânsito por 20 segundos e eu passo, com um sorriso no rosto, acenando um agradecimento.<br />
<br />
Hoje, foi um dia ótimo para mim no trânsito. Faço aqui um pedido para que ele se repita com muitas outras pessoas, acredito que só assim, essa energia louca do trânsito mude, porque gentileza gera gentileza!Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-65964913640221531232012-05-27T15:27:00.000-07:002012-05-27T15:27:01.783-07:00Agradecer<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Hoje é dia de agradecer. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Percebi que passar a vida se queixando é fácil. Afinal, todo mundo tem alguma queixa, de algum problema sério ou não. Mas como problemas todo mundo tem, percebi que o mais importante na vida se resume a três coisas: você, seus amigos e sua família.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Sem eles os problemas seriam maiores e mais pesados.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">O olhar que sustenta o seu, o abraço, a mão, o colchão que suaviza a queda, quando a mão não é o suficiente, o conselho, a conversa que se guarda e aquela que se joga fora, o chocolate, a cerveja, o vinho, o cigarro, a risada, tudo isso, faz qualquer coisa se tornar efetivamente transitória, a certeza de que não estamos só, que se falta uma perna, ainda se tem dois pés do tripé de quem se é.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">É com eles que se descobre a liberdade de ser quem se quer, no momento que se quer. De mudar de fase, de ares, de piada e ainda manter-se fiel as raízes...Isso, para mim, é pura poesia!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Por isso hoje, tirei o dia para agradecer, aos meus pais, Sérgio e Magda, a minha irmã, Carla, ao meu namorado, Marcos e as minhas amigas fiéis, que estão lá, até quando digo que não preciso delas: Ana, Cris, Dan, Iara, Jo, Lua, Malara, Myla, Tati – porque cada uma dessas pessoas ocupa um lugar sagrado em mim e me tornam mais sagrada! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Obrigada </span><span style="font-family: Wingdings; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-char-type: symbol; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin; mso-symbol-font-family: Wingdings;"><span style="mso-char-type: symbol; mso-symbol-font-family: Wingdings;">J</span></span></div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-10672849215538680712012-05-21T17:31:00.000-07:002012-05-21T17:31:09.991-07:00Fim de ciclosNa lavoura, depois da colheita, é necessário esperar um tempo para realizar um novo plantio. Isso se dá para que o solo tenha força, nutrientes suficientes, para ofertar frutos nos tamanhos e condições adequadas. Esse momento é como uma pausa. Um tempo em que nada acontece, um tempo de espera, conhecido como entresafra.<br />
<br />
Me vejo e me sinto, fechando um ciclo, em plena entresafra. Mesmo sabendo que novas sementes vêm por aí, esse momento de espera, onde muito pouco acontece, me parece um convite de da rainha de alice - no país das maravilhas - para cortar fora a cabeça. Só não a corto fora, porque acho que um dia ainda precisarei dela e, creio que não terei possibilidade de troca se o produto estiver avariado.... Manter a cabeça no lugar nesses momentos me parece pura arte, dessas destinadas para os seres elevados - alguém por favor me puxe para cima!<br />
<br />
Enquanto uma parte de mim acredita, a outra, desconfia. Enquanto uma diz escreva, a outra, grita, apague! Devaneios de quem está na entresafra, torcendo para que o próximo plantio seja pleno, próspero, rico o suficiente para nutrir essa terra, que está sendo levada pelo vento e se perdendo no pó.Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-76110173387457309942012-05-14T05:46:00.005-07:002012-05-14T05:46:54.698-07:00Looking back at myself<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic0dq9OThKt_pTtfHRQhTfXEOELjanGoTOTWoz22xLLhEbQE8EEMsZAw849LV_lKUDCCLiDe-FZNXKxHn9AY0ifN3dH7IDHo_3AcFqiSyoEOTEcpo1QX041sdD1u7-eGh9D_wZPMqiFAY/s1600/untitled+2.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic0dq9OThKt_pTtfHRQhTfXEOELjanGoTOTWoz22xLLhEbQE8EEMsZAw849LV_lKUDCCLiDe-FZNXKxHn9AY0ifN3dH7IDHo_3AcFqiSyoEOTEcpo1QX041sdD1u7-eGh9D_wZPMqiFAY/s1600/untitled+2.bmp" /></a></div>
Looking at us today, looking at myself, I realise, it´s not important how beautiful you are, how beautifiul you were ou weren´t, how intellingent, how interesting, or how high self steem was or how low it was, how much it kept you confused if you were a good girl, a bad girl, a hot one or a disgusting one. Looking at us now, it´s really clear that we´ve managed to survive everything, even ourselves. Today we found someone, we are with someones who we love, who we care about, not important that we´ve tried to destroy ourselves with everthing: drugs, self abuse, violent sex, too much sex, whatever. We survived and that´s how we built our self steem, how we got to know ourselves and how we managed to be beautiful. <br />
<br />
PS: Special thanks for Cris Oliveira, a loving and caring friend and a wonderful teacher, who corrected this text for me.Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-64290047326002618592012-05-13T14:58:00.001-07:002012-05-13T14:58:02.822-07:00Clássicos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhALG8tdqcyKP87hiXg3qQukOeC7POE9tAtJinuAx3A8KzoOnS7OT6sT9VLxQ7CHOPZ9QflIsefBkzZMrs2k9NZILPZ_DARtYDH9wAhTSFCOZmYzpG1EmIMqnGG7ukC09_W0zT-Od5OSQE/s1600/untitled.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhALG8tdqcyKP87hiXg3qQukOeC7POE9tAtJinuAx3A8KzoOnS7OT6sT9VLxQ7CHOPZ9QflIsefBkzZMrs2k9NZILPZ_DARtYDH9wAhTSFCOZmYzpG1EmIMqnGG7ukC09_W0zT-Od5OSQE/s1600/untitled.bmp" /></a></div>
Se há algo que sempre me emociona são os clássicos. E não falo dos filmes clássicos, falo dos jogos dos campeonatos estaduais. Sendo da Bahia, falo, com mais propriedade do clássico, Ba x Vi. Eu que não assisto aos jogos, que não torço por time algum, que sequer tenho idéia da chamada tabela, quem sobe e quem desce. Eu, que vejo tudo de fora, me emociono. A concentração dos torcedores que emudece a cidade, seguida do som ocasional de fogos de artifícios e, finalmente, a explosão, de gritos, buzinas, fogos, alegria. Ouvir uma rua inteira gritar goooolllll, ou ver os profissionais, como seguranças, manobristas, caixas de supermercados, enfim, todos aqueles que estão na rua, não tem Tv e não podem acompanhar o clássico, grudados no radinho, vibrando a cada lance e explodindo em uníssono num gol...é, no mínimo, efusiante. O que me emociona não é o jogo, é a energia que as pessoas colocam nele. É o amor, gritado, sem a menor vergonha, das janelas dos edifícios, é a declaração explícita de amor que me encanta. E são homens e mulheres que observam, emudecem, gritam, choram, vibram, juntos. É esse amor histérico que me faz as lágrimas escorrerem. É realmente como ver um filme clássico de romance, onde, no final, o difícil mesmo é conter as lágrimas.Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-48140610610263009152012-04-19T07:27:00.003-07:002012-04-19T07:43:38.913-07:00Poesia Chula<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv-c_IrZOtSnXSD1Nqa5pll6UWHRv1OnBud61ieipPg8gZbTdHVHnih4tt285rxHtJXgLVzrf1WOfUrrb4ehyphenhyphengeon5jrZeqym40NFaEz7yUOtXv7sF3cxWMz3mauOd5ZWYmczbyBh8Uzs/s1600/untitled.bmp"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 259px; FLOAT: right; HEIGHT: 194px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5733122502666049794" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv-c_IrZOtSnXSD1Nqa5pll6UWHRv1OnBud61ieipPg8gZbTdHVHnih4tt285rxHtJXgLVzrf1WOfUrrb4ehyphenhyphengeon5jrZeqym40NFaEz7yUOtXv7sF3cxWMz3mauOd5ZWYmczbyBh8Uzs/s320/untitled.bmp" /></a><br /><span style="font-family:Times New Roman;"></span><br /><br /><br /><p style="MARGIN: 0in 0in 0pt" class="MsoNormal" align="justify"><span style="mso-ansi-language: PT-BR" lang="PT-BR"><span style="font-family:Times New Roman;">Outro dia ouvia uma música que dizia que a vida era uma aventura e fiquei me questionando quando a minha tinha deixado de ser. Sempre escuto aquele papo que enquanto ainda se é estudante a vida é uma maravilha, que este é o momento de curtir sem responsabilidades, etc. E percebi que, de certa forma, a medida que a vida vai passando a gente - digo eu – vai se cercando de certezas, seguranças que tornam a vida rotineira, mas, definitivamente, a deixam com uma cara conhecida e o conhecido é sempre tão mais fácil de lidar, do que o escuro do desconhecido. Imagine só viver uma aventura a cada dia! É muita emoção para o corpo, uma parada cardíaca iminente!<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></span></p><br /><br /><br /><div align="justify"><span style="mso-ansi-language: PT-BR" lang="PT-BR"><span style="font-family:Times New Roman;">Ai, criada a rotina, a melhor coisa que se pode fazer é quebrá-la, pelo menos de vez em quando. E foi o que fiz. </span></span><span style="mso-ansi-language: PT-BR" lang="PT-BR"><span style="font-family:Times New Roman;">Então, um dia, sai de casa às 19:30 da noite, de ônibus e fui para o Teatro Castro Alves, assisitir a um show da Conexão Vivo, de uma banda do interior de Feira de Santana chamada Quixabeira da Lagoa da Camisa ou qualquer coisa assim. Primeira surpresa, não conhecia ninguém no teatro – logo, minha esperança de uma cerveja após o show foi restrita ao aconchego do meu lar - <span style="mso-spacerun: yes"></span>nada reconfortante, quando se parte em busca de aventuras...<o:p></o:p></span></span></div><br /><br /><br /><div align="justify"><span style="mso-ansi-language: PT-BR" lang="PT-BR"><span style="font-family:Times New Roman;">Alguns minutos após minha chegada, o show começou. Sentei entre um casal e um senhor. Conversava com eles o quanto minha timidez permitia e quanto mais me sentia em casa, menos tímida ficava. Entram no palco 10<br />pessoas. 3 senhoras de vestidos de seda combinados da mesma cor, praticamente, que reluziam no palco. E 7 homens de boné ou chapéu de vaqueiro. Conversa pouca, chula primeiro. Aquele vocalista de lingua presa, que tinha uma voz que quase não se escutava, aquele bando de senhorzinhos tocando como adolescentes, aquelas senhoras dançando com os pés arrastados e os braços presos ao corpo, aos pulinhos, com uma voz esganiçada, típica do vocal interiorano da Bahia e eu, lá, emocionada, as lágrimas me escorriam enquanto remexia na cadeira, junto com o casal ao lado. O público batendo palmas, e eles – a banda – de tão humildes, quase não levantavam as cabeças dos instrumentos para apreciar o público que lotava a Sala do Coro. Achei lindo! Deram tudo de si, a viola quebrou, mas eles não paravam, uma música atrás da outra, o violerio parado, todo duro, com as mãos cruzadas na frente do corpo e ninguém perdia o tom ou o rebolado. E vi nos olhos deles, que aquilo, para eles era uma aventura, como eu tinha me aventurado indo sozinha. Mas, a deles era maior. Era uma viagem, era reconhecimento, era aplauso.<o:p></o:p></span></span></div><br /><br /><br /><div align="justify"><span style="mso-ansi-language: PT-BR" lang="PT-BR"><span style="font-family:Times New Roman;">O show não foi o melhor da minha vida. Podia ter sido visto de casa, ou na beira da estrada para Maria Quitéria. Mas, na vida de cada um, tem um monte de aventuras esperando para serem vividas. Eu me inspirei neles para ir buscar as minhas, muitas outras. E de lá para cá, vou vivendo as minhas, tomando-as como remédio<br />para fazer feliz a alma que mantenho coladinha a mim, enquanto dou meus saltinhos, mesmo dançando minha chula com os pés rentes ao chão.</span></span><span style="font-family:Times New Roman;"><br /></span></div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-78505410465442214622012-02-16T04:27:00.005-08:002012-02-16T05:17:25.691-08:00Marchinha"oh abre alas que eu quero passar...."<br />Fui ontem ver na Barra a abertura do carnaval, com as tradicionais bandinhas, especialmente, a mais antiga de todas, a do Habeas Copus. Há alguns anos atrás, a minha memória sobre o evento era de algo divertido e muito tranquilo. Ontem, a minha memória foi borrada. Sequer consegui distinguir que bandinha era do habeas!<br />A aglutinação de pessoas era tão grande, que não dava sequer para ver os nomes dos bares, imagine reconhecer o local.<br />As bandinhas caíram na moda e de bandinha só resta o nome. O que vi ontem foram blocos enormes, com cordas, camisas, poucas fantasias, mas muita, muita gente mesmo. E em nada era diferente do carnaval de trios elétricos. Depois de uma corda, outra, sons que se misturavam no ar e mais parecia ruído do que marchinha.<br />A melhor banda da noite - quer dizer, na minha opinião, claro, durante todos os 60 minutos esgotantes que passei ali - foi uma composta em sua maioria por famílias, literalmente famílias. Os pais e mães seguravam as cordas, tocavam uma percussão móvel - engenhoca fabulosa onde foi possível não só segurar todos os tambores, como deslocá-los quase sem esforço - tocavam os instrumentos de sopro, empurravam carrinhos de supermercado com crianças e cervejas e vendiam para aqueles que haviam saído neste bloquinho as bebidas. E a festa, a dança, a animação ficava por conta das crianças. Uma mãe era a puxadora do bloco e as crianças faziam o carnaval. Isso sim, achei lindo, divertido, e a isso dediquei minha dança, minha atenção, minha alegria. Fantasiados toscamente com o que puderam improvisar esse bloquinho me fez sorrir e tornou minha noite muito mais feliz!Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-46023466198982234362012-02-12T02:23:00.000-08:002012-02-12T02:41:04.144-08:00A Folia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhagsBD6ug4a8h8j-i4SJPB1ZhHOctRcSGa7Q6C7GvHhRB8Odw-tnjDS_ORswu7tFlVVzbk142wgoVhQKyjgSgHif4wvvJhr3DamhXK6shSgKcFGh2swA6_z1SuqrmO2CrOGXq_tfkQMWA/s1600/imagesCADWDOYX.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 251px; FLOAT: right; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5708196557014886850" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhagsBD6ug4a8h8j-i4SJPB1ZhHOctRcSGa7Q6C7GvHhRB8Odw-tnjDS_ORswu7tFlVVzbk142wgoVhQKyjgSgHif4wvvJhr3DamhXK6shSgKcFGh2swA6_z1SuqrmO2CrOGXq_tfkQMWA/s320/imagesCADWDOYX.jpg" /></a> Quando o verão chega em Salvador, as coisas começam a acontecer. Tudo bem que as coisas são festas, mas junto com a estação, a cidade se amplia, se agita e assim também acontece com suas atrações culturais. Para minha surpresa, algumas das coisas mais interessantes da cidade estão acontecendo nas quartas - feiras. Numa delas fui para o show de uma das bandas que mais gostava na minha adolescência, que, como tudo o que é bom, acaba, mas, como tudo que é bom também é reeditado, ela voltou. De roupa combinada, com quase os mesmos músicos muito afinados e muito empolgados, a Dead Billies fez todo mundo levantar das cadeiras do Pós Tudo e sair de lá com um sorriso no rosto, inclusive eu! Engraçado ser no Pós Tudo, porque para mim, foi assim, após tudo o que já nos passou, afinal eu gostava da banda aos 16 anos..., após tudo, feliz!<br /><br /><div></div><br /><div>Aí, num sábado recebo um mail informando que haveria no Rio Vermelho uma reunião de palhaços. Cada um que fosse caracterizado atrás da banda. No mesmo dia, a banda De hoje a 8 fez a uma convocação parecida. Venham e tragam suas fantasias para que a de hoje a 8 faça você sambar no Santo Antônio (além do Carmo). Acabei indo para a segunda, pois já conhecia primeira. E não me decepcionei. Pais, filhos, todo mundo de sandálias e não havia empurra-empurra, ninguém pisava no pé de ninguém, a percussão era mesclada uma parte feminina, outra masculina e a única violência que vivi foi uma louca colocar alfinetes na bolsa para "evitar ladrões". Imagine, num local público com tanta criança.... Afora isso, aninamação não faltou e a garantia que para ano a gente se veria de hoje a 8! No Rio Vermelho, os palhaços acabaram cedo, então, não consegui ir atrás da banda, mas chegar em Cira do Acarajé e ficar numa mesa conversando com um monte de palhaços não deixa de ser surreal e engraçado!</div><br /><div></div><br /><div>Afora o agito da cidade, as pessoas ficam mais abertas no verão e de quarta em quarta vou encontrando gente interessante, da cidade, do velho oeste da Bahia, de outros estados e a única coisa que posso dizer de tanta diversidade é que estão todos em uma folia só!</div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-58314551976130548522012-02-03T07:36:00.001-08:002012-02-03T07:51:23.919-08:00A horda<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMOuzEMmWiRcIF3Ak13-DP7oV9UyEeZEximNAZbGiNqBNNyX7jSrsYOyGfszMxcTEThLGNB0AZEsGnhoFiTUriU6mdgas4Xr-2vLklac86tp4nOigtmI39hdkBFOHrTZKc9ojp4-U50P4/s1600/untitled.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 294px; DISPLAY: block; HEIGHT: 172px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5704937529767034930" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMOuzEMmWiRcIF3Ak13-DP7oV9UyEeZEximNAZbGiNqBNNyX7jSrsYOyGfszMxcTEThLGNB0AZEsGnhoFiTUriU6mdgas4Xr-2vLklac86tp4nOigtmI39hdkBFOHrTZKc9ojp4-U50P4/s320/untitled.bmp" /></a><br /><br /><div>SSA foi invadida ontem por uma horda de marginais. Foram as ruas portando armas, ameaçaram, bateram, atiraram, abriram os cárceres, autorizaram marginais, espalharam boatos de arrastões, fizeram arrastões, bloquearam vias e causaram pânico e transtorno à população. Essa horda foi as ruas para, a princípio, reinvidicar direitos. Mas será possível fazer isso, quando se rouba o direito do outro, no grito, na ameça, na porrada ou no tiro?! Essas cenas foram incitadas e organziadas pela facção criminosa da polícia que entrou em greve e que não foi ouvida pelo Governo. Se sentindo muda e desrespeitada - como aliás se sentem os brasileiros que precisam ir na delegacia, por exemplo - resolveram partir para esta ação, que no mínimo é covarde.</div><br /><br /><br /><div>No reino animal, todo grupo tem um líder, que é respeitado e seguido pelo clã. O bicho homem não confia nos líderes que escolhe e por isso, para manter, a ordem criou a polícia. Mas o que fazer quando já não se sabe mais quem faz o papel do bonzinho e do mal? O que fazer quando é a própria polícia que gera a desordem? O que vi ontem em SSA me deixou muito triste, desacreditada na humanidade mínima possível dos oficiais em greve e daqueles que também estavam de plantão trabalhando. </div><br /><br /><br /><div>Deixo, então, a ordem sob o comando dos cidadãos, porque a desordem bruta, fica com certeza sob o comando da polícia que já provou ser extremamente eficiente neste tipo de movimento estúpido e agressivo.</div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-45489671988391438132012-01-08T14:10:00.001-08:002012-01-08T14:25:17.883-08:00Quando ele foi embora<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk94AOQxDi-2_ddlTbCOAnkjhkIuVYyhvPesPzvucwZiNIGBAO0vSvBmJ27osRCIy97YSi_sjOC7dNSq-0ln9MWjgJJRXAg1MUgiuDke1reqMv6hEp70C1vOgy9PX0or2p0v3_2i2SxhY/s1600/untitled.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 192px; DISPLAY: block; HEIGHT: 262px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5695390831636287218" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk94AOQxDi-2_ddlTbCOAnkjhkIuVYyhvPesPzvucwZiNIGBAO0vSvBmJ27osRCIy97YSi_sjOC7dNSq-0ln9MWjgJJRXAg1MUgiuDke1reqMv6hEp70C1vOgy9PX0or2p0v3_2i2SxhY/s320/untitled.bmp" /></a><br /><br /><div>No dia que ele foi embora, parecia um sonho. Tinha a sensação de que voltaria mais tarde, como se fosse apenas mais uma saída para o trabalho. Mas, depois de uma semana, me convenci que ele não mais voltaria. É engraçado como mesmo estando fora, ele está aqui presente em toda parte. Nas fotos dos porta retratos, no cheiro no travesseiro, nas camisas na gaveta, nos perfumes no banheiro. No primeiro mês achei que fosse morrer de solidão e não sabia se aquilo significava que era uma nova solteira dentre as tantas na cidade, se era um período de liberdade com algumas fronteiras ou simplesmente uma ausência. No segundo mês, as coisas parecem ter mudado, para mim. Ainda sinto a falta, mas a falta não se traduz em ausência, apenas numa conexão a distância. E pensei na falta de muitas pessoas que daqui saíram e foram morar em outros estados e outros países, mas a falta de um companheiro é diferente, não é mesmo? Ouvi outro dia que o casamento era melhor para o homem, porém, por mais que fosse repetido e que todas as mulheres presentes assentissem, eu não consegui concordar. Acho que casamento é bom para ambos! Nuns dias é melhor para um, noutros para o outro, noutros para ambos. O que acredito é que manter uma relação a distãncia é ruim para os dois, mas pode ser o momento de rever conceitos, acertos, posições. Tempo para repensar a relação. Se ela dura, persiste, é porque assim os dois quiseram, se não, se esvai com o tempo. A minha até então, está durando. Entretanto, já coloquei na cabeça, que só espero até o sétimo mês. Afinal de contas, solitude excessiva deixa a gente maluca, especialmente nos dias de lua cheia, ou se morre de biela ou se é acometido de síndrome do túnel do carpo e eu não desejo para mim nem uma, nem outra! </div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-12863479903433643572012-01-03T15:11:00.000-08:002012-01-03T15:30:28.245-08:00O contador de histórias<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz6h1Uz4mY6XYER6_fZjRqjrw1Lncr5WkKEUlDA1p3I8n18n5VMhTzW9zDABDXWQH9an_-frKDuxkxXpkTAo7OnohEZd4ObSy63mRYGn_RWpSHFwNa3CXyydxMlyl9sdgqZiOSCd6Px7A/s1600/untitled.bmp"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 185px; FLOAT: right; HEIGHT: 273px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5693552096367621426" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz6h1Uz4mY6XYER6_fZjRqjrw1Lncr5WkKEUlDA1p3I8n18n5VMhTzW9zDABDXWQH9an_-frKDuxkxXpkTAo7OnohEZd4ObSy63mRYGn_RWpSHFwNa3CXyydxMlyl9sdgqZiOSCd6Px7A/s320/untitled.bmp" /></a><br /><br /><div>Quando se fala em filme brasileiro, ainda se tem o estigma de que o assunto será: violência, dor, pobreza, sexo ou tudo isso junto. Mas, um dia desses resolvi arriscar num filme de título sugestivo, o contador de histórias. Gente! Que filme bacana! Ele, claro, aborda a violência, mas com tanto amor, com tanta poesia, que o resultado final só podia ser um transbordar de emoção! No filme, o acolhimento, a compreensão e o amor vêm de fora. E não é assim na vida de todo mundo, abandonados ou não, não estamos todos buscando amor, compreensão e acolhimento no outro?! A melhor parte, a história é real. Retrata a vida de Renato, que, quando menino foi deixado na Febem por sua mãe, que ouviu na televisão que a Febem era o lugar onde a criança entrava crua e saía doutor. As críticas são claras. A primeira, o governo ilude, maqueia, mas se faz convincente para a população. A segunda, o poder da televisão, sua ampla divulgação, sua associação com os políticos dominantes. A terceira, o abismo das classes sociais. A quarta, a realidade devastadora das políticas públicas. Mas, é justo num lugar como este que o menino conhece uma segunda mãe, uma francesa. E me arrepia a pele, as escolhas e os caminhos na vida de cada um. Não é assim, realmente, na vida de todos nós?! Somos felizes, nos magoamos, nos perdemos, não enxergamos, até que tudo fica claro e a pessoa certa chega. Assisti a este filme no dia 02/01/12 e fiquei com a sensação que assim seria 2012 - o ano da lua - um ano onde se poderá encontrar aquilo que nos aninha, que traz aconchego, um ano onde todos nós poderemos contar histórias felizes de nós mesmos!</div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-14022647657739943722011-12-05T05:26:00.000-08:002011-12-05T05:37:41.347-08:00Filminho bom :)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLkSCSHQc-lxiTORscNSUi7McR9EKXv0V3o2EfgSNh2pAnwfFITwYgrqbmTScFJWlKMnOYpqqbPRTC6dGcdZUjjP6vicA9ImCvLJL2M7Fnr2HINES9pXUEb6rx1WLkpEuzSZG3MTzR6yw/s1600/images.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 160px; FLOAT: right; HEIGHT: 235px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5682637131746694562" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLkSCSHQc-lxiTORscNSUi7McR9EKXv0V3o2EfgSNh2pAnwfFITwYgrqbmTScFJWlKMnOYpqqbPRTC6dGcdZUjjP6vicA9ImCvLJL2M7Fnr2HINES9pXUEb6rx1WLkpEuzSZG3MTzR6yw/s320/images.jpg" /></a><br /><br /><div>Outro dia assisti um filme que não é tão recente e que já havia assistido antes, só que apenas algumas partes. Ele se chama Ponte para Terabithia. Em plena fase de tecnologia abundante, onde o prazo de validade para cada aparato é de, no máximo, um ano, onde as crianças ficam quietas e quase hipnotizadas na frente da tela de uma tv, laptop, tablet, netbook, celular e o que mais inventarem até este texto sair, com suas imagens coloridas e jogos incríveis; assisto a história de uma nenina, que não tem televisão em casa e que, talvez exatamente por isso, dá asas a sua imaginação. Com os olhos fechados e a mente aberta, como a persoangem principal diz no filme, Leslie Burke conhece Jeese Aarons e juntos, concebem uma cidade cheia de ação, de aventura, de criaturas fantásticas, dignas de uma imaginação fértil e um coração pulsante. Tudo o que se torna cada vez mais raro de se ver nas crianças de hoje em dia. Sem apologias ao passado, acho que a criança tem que seguir a vida assim, com a mente aberta, para que sua imaginação crie asas e ela possa se tornar um adulto mais saudável, não cheio de ler/dorts, por passar horas na frente do computador, apenas, reproduzindo cenários já reeditados. </div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-57486536462054591332011-11-30T10:56:00.000-08:002011-11-30T11:26:04.727-08:00MSC Opera<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOwFTEMkyiUycXlWYkh8FGbetyThX3VhHGZMnoiRRpvqPioAkaS8o1o4but5HPwlhKnJwYzSIbmICNxRhqxTOR5HPIqCE3bOGXDFDyHsO7kU18DNxp2bpIVDRuF75yojkAvZMO_yo9iHo/s1600/untitled.bmp"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 272px; FLOAT: right; HEIGHT: 185px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5680871877549822194" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOwFTEMkyiUycXlWYkh8FGbetyThX3VhHGZMnoiRRpvqPioAkaS8o1o4but5HPwlhKnJwYzSIbmICNxRhqxTOR5HPIqCE3bOGXDFDyHsO7kU18DNxp2bpIVDRuF75yojkAvZMO_yo9iHo/s320/untitled.bmp" /></a><br /><br />Sabe aquela música, dos Paralamas do Sucesso, "entrei de gaiato no navio, oh, entre, entrei, entrei pelo cano"?! Pois é! Foi exatamente assim que me senti. Ao começar em janeiro a pagar por esse tão "maravilhoso" cruzeiro, de 15 dias, que aconteceria no final do ano, achei um sonho romântico viajar acompanhada pelos mares europeus até o Brasil. Pensei que seria uma fomra mais divertida e econômica de conhecer várias cidades européias, de modo mais tranquilo. Mas, como já deve estar claro não foi nada disso.<br /><br /><p>A imagem parece bonita, né, mas não se enganem, não me engano amis, é totalmente ordinário!</p>Primeiro, o navio era território dos fumantes, havia cheiro de cigarro e bituca de cigarros em todos os cantos. Imagine andar em corredores longos, fechados, com aquele cheiro de cigarro impregnado! Sentir o cheiro do cigarro da cabine vizinha invadindo a sua e você não ter pa´ra onde ir. Fazer o que? Se jogar no mar?!<br /><br />Segundo, a sujeira estava, como o cigarro em todas as partes, pelos corredores, pelos halls, na beira da piscina, ao aldo de cada uma das cadeiras. O chão grudava! Nos corredes do meu pavimento, o que não faltavam eram bamdeijas com restos de comida que ficavam ali, fermentando até a noite cair. E imagine você, o navio balançava mais que bambu em vendaval. E a quantidade de idosos era enorme, eu mesa tropecei numa bandeija com comida deixada no chão, imagine os senhorzinhos e senhorinhas, tods se tremendo, sendo jogados de um lado a outro do corredor. Além da sujeira por todo o navio, tinha asujeira da cozinha. Encontrar garfos, facas, pratos, copos e xícaras limpos era como tirar na mega sena!<br /><br />Terceiro, o navio parecia a avenida sete no carnaval, tremia, gemia, balançava tanto, que o estômago embrulhava, os gases subiam. Num dos dias do navio, me dobrei no chão, de gases e enjôo. Não sabia se vomitava ou se pedia um penico.<br /><br />Quarto, a televisão. Visualize a cena. O navio com 3000 passageiros , em sua maioria argentinos e brasileiros e ao ligar a Tv os canais são todos em línguas extrangeiras: francês, alemão, italiano e quando se dava sorte, inglês.<br /><br />Quinto, a comida. 15 dias e a variação do cardápio era digna de um restaurante a kilo na Carlos Gomes. Vários itens estragados, especialmente carnes e frutas. E, assim passei 15 dias comendo sopa e massas. Quando a gente ia ao restaurante, para ver se o cardápio variava, demorava tanto, que jantava o pão que serviam antes e já sem fome, constavava que os pratos haviam vindo errados.<br /><br />Sexto, os preços. Confinados no navio, tudo ali eram os olhos da cara. TEntei não gastar quase nada, mas fui assaltada com uma taxa de serviço, que não vai para os funcionários, sei porquê perguntei a mais de 7 funcionários diferentes, de 6 euros por dia, por pessoa na cabine. No contrato deles diz que se você não está satisfeito, você não é obrigado a pagar,a realidade, como me confirmou o guest relation manager, Sr. Pavel, não é essa. Quebra de contrato e um sorisso, com todas as minhas queixas devidamente anotadas, indo diretamente para o lixo, após minha saída. Depois da conversa nada amistosa, com o representante supra-citado, fui tomar uma cerveja a beira da piscina, tava economizando tanto que não tinha comprado nada no navio. Tava no inferno, abracei o capeta. E foi literal. Sob o sol escaldante do Atlântico, deixando a cidade de Recife recebo um chopp quente pela bagatela de cinco euros. E, pensei, vou trocar, aí, claro, como tudo no navio, o outro também, veio quente! O capeta foi quem me abraçou!<br /><br />Sétimo, a piscina. Vídeo cassetada total, era entrar, achar ótimo, sair escorregar e cair no brilhante chão que cercava toda a piscina. Imagine o equilíbrio para os idosos....<br /><br />Oitavo, informações. Um funcionário diz uma coisa, outro diz outra. Claríssimo que ali ninguém sabia nada! E ninguém se comunicava!<br /><br />Nono, a animação. Eu, super animada, para não dizer o contrário. Me sentia uma prisioneira do anvio. Fui pegar jogos. Pergunto eu, para que ter jogos, se as peças estão faltando! Cobrando seis euros por dia de cada uma das cabines dos 12 pisos do navio, eles não tiverem dinheiro para comprar jogos novos?! Não os deixasse para o público pegar e descobrir, depois do jogo todo montado, que tudo foi tempo perdido!<br /><br />Então, só para concluir, preciso reafirmar que este MSC OPERA e todas as suas outras linhas não passam de uma fomra muito bem elaborada de vender gato por lebre. Nunca mais entro de gaiata num navio!!Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-66549546955682524502011-08-29T05:26:00.000-07:002011-08-29T05:48:59.522-07:00A Travessia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGzogk11h19NGkjqrtxl5fe8rSnGRdSdEP3vl88kuTDCRlPd7JMpv_-v-JzU7LYUGhNKqZZwGiRBM47waNfW_1RtzLJb5esE1ODCMBKlL57qL0olCrV9ONpg_A7um3KzRo51k6IDUsS8A/s1600/untitled.bmp"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 272px; FLOAT: right; HEIGHT: 185px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5646259066664272546" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGzogk11h19NGkjqrtxl5fe8rSnGRdSdEP3vl88kuTDCRlPd7JMpv_-v-JzU7LYUGhNKqZZwGiRBM47waNfW_1RtzLJb5esE1ODCMBKlL57qL0olCrV9ONpg_A7um3KzRo51k6IDUsS8A/s320/untitled.bmp" /></a>
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<br /><div>Tinha todas as razões para ficar no mesmo lugar. Mas a aparente imobilidade da condição lhe gerava cansaço nas pernas, na coluna e nos braços. Entre ela e o outro lado, um rio largo, marrom, exuberante. Sentou-se ponderando se atravessar seria realmente melhor do que ficar ali sentada na relva. Ao mesmo tempo que aquele pedaço de terra verde lhe parecia bonito, era do outro lado que estava o gado e a terra fértil. Tudo bem que ela teria que primeiro conseguir atravessar ela própria, atravessar o gado, e ainda, plantar frutas, verduras e hortaliças. E vá lá, cada uma dessas coisas tinha um tempo diferente de crescimento. Sentiu as formigas lhe beliscarem os pés, como se lhe empurrando ao movimento. Mexeu-se um pouco, saiu do local onde estava, mas ainda não estava muito animada. E se o rio lhe engulisse? E se os bois morressem na travessia? E se o que ela plantasse não desse frutos? Sentiu o sol lhe queimar forte as costas. É! Parecia a ela que aquele era o momento certo para cruzar o rio. O sol, as formigas, seu próprio corpo lhe pediam movimento. Quando ergueu-se novamente, um pouco trêmula, mas decidida, viu como se por mágica, as águas do rio baixarem. E colocou um pé na água. Sentiu o frio subir-lhe até a espinha e o tirou rapidamente da água para a terra firme. No que ela estava pensando? Abandonar a terra firme por aquele aguaceiro todo, que tinha nada de solidez?! Voltou a sentar-se. Espantou os pensamentos e ficou contemplando o outro lado. Desde que compreendera que era do outro lado do rio que encontraria vida fértil e deixaria de lutar contra a aridez da terra que passou a sonhar em chegar lá! Mas, o que a impedia?! O rio! Respondeu alto a pergunta imaginada. Mas, sabia que seu maior impedimento era seu medo. E tinha tantos, medo de morrer, de perder-se, de afundar ... medo de ser feliz.... E achando irracional ser ela própria a causadora de seu infortúnio, ergueu-se corajosa. Colocou o mesmo pé que há poucos minutos tirara da água de volta a ela. Esperou ambientar-se, depois o outro. Apertou os olhos e quando os abriu, viu a água baixar novamente. Começou a recitar para si mesma, "Atravesse! Atravesse!" - seria tão mais fácil se tivese um fio, ou qualquer coisa que lhe desse mais firmeza para caminhar sobre aquelas pedras com a força da água lhe chacoalhando os ossos. E resolveu imaginar um fio grosso, dourado, que ela segurava forte nas mãos e que ajudava seu corpo a ficar mais firme. Só então abriu os olhos e deu-se conta que estava quase chegando. Quando tocou no outro lado da margem, deixou-se cair no chão, trêmula. Havia desafiado o rio, seus medos e havia vencido. E dançou feliz a conquista, gritando aos setes cantos, Atravessei! Atravessei! e soube naquele mesmo instante, que apesar do medo, era muito mais corajosa do que pensava. Virou de costas, viu aquele mundaréu de terra. Tirou do peito algumas sementes e saiu semeando a terra com o novo. Quando terminou, tinha certeza de que colheria os melhores frutos.</div>
<br />Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-80641285077503787952011-08-18T06:37:00.000-07:002011-08-19T06:35:05.863-07:00As aventuras de Morena<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL88VnZ7r6pngu9a8QXg5QcbUR7_1xC5sgUbyWCAsFx0bGE_fZLgOquqIfJUStw9cb_Y53h8UvJwsxUvhoW2Xg5_cq-xs1e-g1mY9ITumMCUOyoNp3cRNCacwmvjsAG8rRDV4oQNFqrO8/s1600/untitled.bmp"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 96px; FLOAT: right; HEIGHT: 128px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5642559828311988722" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL88VnZ7r6pngu9a8QXg5QcbUR7_1xC5sgUbyWCAsFx0bGE_fZLgOquqIfJUStw9cb_Y53h8UvJwsxUvhoW2Xg5_cq-xs1e-g1mY9ITumMCUOyoNp3cRNCacwmvjsAG8rRDV4oQNFqrO8/s320/untitled.bmp" /></a> Com uma trouxa de roupa na cabeça, os joelhos gastos, as juntas duras, olhou para cima para contar quanto ainda lhe faltava para chegar no topo do morro e alcañçar, finalmente, o seu bairro. A visão daquela escadaria imensa, que aprecia não ter fim, lhe desanimou e ela preferiu seguir cabisbaixa. Não havia sentindo em parar. Para onde quer que olhasse só via escada, lixo e céu azul. Seu bico de papagaio havia paralisado seu quadril e cada passo lhe custava um esforço enorme. Mas resolveu seguir, não era isso que fazia há cinquenta anos, seguia a vida? Fechou os olhos por um momento e as lembranças dos tempos em que a vida a seguiam lhe encharcaram as faces de lágrimas. Já não podia mais aguentar e sentou um pouco para descansar. E começou a se lembrar de todas as estórias que ouviu sobre si mesma e as que ela própria havia guardado no coração.
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<br /><div>Ela nasceu num dia de céu azul e nuvens bem brancas de um verão qualquer, em pleno carnaval. Seu nascimento se confundiu então com a festa de rua e todo aniversário parecia que o bairro todo comemorava a sua chegada. Não era nem branca, nem negra, sua pele era de cor de avelã e por isso lhe batizaram de Morena. Não tendo tempo de chegar até o hospital pela confusão do carnaval, a mãe lhe teve no meio da sala, sob o olhar vigilante do avô e as mãos cuidadosas da avó. Daí em diante sua vida parecia ser uma eterna aventura. Corria o tempo todo de um lado para o outro. Seu bairro, pequeno e cercado de escadas tortas, se localizava no alto do morro e lhe parecia enorme, grande o suficiente para abrigar o mundo. Seu Clark do mercado era americano, Seu Olivier da quintanda era francês, Seu Manuel da padaria, português, Seu Juan do açougue, espanhol e Seu Zé do bar, brasileiríssimo.E era justo no bar que todos se reuniam nas sextas feiras à noite, para beber e relembrar histórias de outra vida. E foi assim que aprendeu sobre o mundo, seus costumes e línguas. Aprendeu ainda palavras soltas de outras línguas. Quando se cansava, deixava a mãe e o namorado daquele dia e saía montada em sua bicicleta e em compainha dos amigos para explorar e encontrar aventuras. E toda sua meninice foi assim, sua vida se resumia as pessoas e coisas que compunham seu bairro. Na sua adolescência as coisas começaram a mudar por ali, ela própria havia começado a mudar. Seus companheiros de aventura a haviam abandonado para caçar fora dos limites do bairro e trouxeram para lá coisas que, pela reação deles, não parecia ser bom. Seu avô batizou a novidade de droga e a proibiu de andar com esses rapazes ou usar a tal droga. Mesmo que não a tivesse proibido, não usaria, para ficar abestalhada como eles? O que eles viam na idiotice? Um ano mais tarde, quase todos os seus amigos haviam se rendido às drogas. Apenas um não usava, mas convidava a todos para provarem, de graça, se fosse a primeira vez. Seu avô, o chamou de traficante e, na escola, perguntou a professora o que aquilo significava. Assustada, achou que era a pior profissão do mundo e foi ter com Geninho, para lhe abrir os olhos da besteira que estava fazendo. Quando chegou na casa de Geninho, ele estava sozinho. A mãe o havia abandonado quando tinha seis anos, para seguir um espanhol, de nome Estebán, por quem havia se apaixonado. Seus avós se encarregaram de criá-lo, mas faleceram no ano passado; o avô, que trabalhava na mina, foi engolido por uma máquina de moer pedra para achar tesouros e a avó, morreu quando soube da notícia, seu coração partiu. Desde então Geninho havia ficado sozinho e não gostando de trabalhar para não morrer como seu avô, optou por um trabalho mais leve, entretanto, bem mais perigoso e vergonhoso, tornou-se traficante. Geninho lhe olhou com olhos de cachorro quando vê cadela no cio. Ela se manteve a uma certa distância para conseguir se fazer ouvir. Sentia medo, mas não ousava baixar os olhos, nem se desgrudar das palvras que saltavam de sua cabeça para sua boca. Seu suór frio ia ficando pegajoso quanto mais respirava aquele ar contaminado daquele odor acre de droga. Quando terminou de abrir os olhos sobre a bobagem que estava cometendo, Geninho foi duro e seco, como sua aparência, lhe disse apenas que ela não era a mãe dele, que se tivesse a ousadia de ir apra sua casa proferir desaforos, seria encontrada morta numa vala, e suspendeu a camisa para lhe provar que não estava de brincadeira. Morena viu pela primeira vez na vida, uma arma, que Geninho chamou de três oitão. Saiu com as pernas bambas andando em passos compassados, até que quando estava longe do olhar ameaçador do traficante, saiu correndo, até que sentiu seu medo se desfazer em cansaço e parou. Decidiu que não se meteria mais na vida de quem quer que fosse, por melhor ou pior que conhecesse a pessoa. Durante uma semana se escondeu em casa, receosa de ruzar novamente com Geninho. Mas, como não se pode fugir do destino, ainda mais num bairro tão pequeno.... Um tempo depois, quando já não se lembrava mais da estória, saiu para dar um passeio a pé pelo bairro, quando viu uma figura trôpega vir em sua direção. Era Geninho, muito bêbado. Disse-lhe que ela estava certa, que aquilo não era vida para ele, que aquilo era a própria morte. Acrescentou que havia matado o primeiro rival, que era a primeira vez que havia usado a arma, por sorte, havia se lembrado de carregá-la. Mas depois que se mata um, que se toma o ponto de outro, a estória vira uma questão de honra, vida e morte. Que seu porre era fruto da consciência que Morena lhe havia implantado e que estava indo buscá-la, porque havia decidido, precisava de uma mulher como ela ao lado. E a partir daí, Morena já não o escutava, correu o quanto pode, mas de tanto medo, saiu tropeçando nas pedras, nas calçadas irregulares, até que sentiu o peso do corpo do home cair sobre o dela. Era uma luta mesclada de sangue de um morto qualquer, dor, lágrimas, murros e pontapés. Até que seu sangue começou a escorrer primeiro da face, depois de suas partes íntimas, sentiu uma dor lascinante lhe furando o ventre e transformou a dor em mordidas, arranhões e novos pontapés. Quando conseguiu se desvencilhar do homem, voltou a correr com o vestido aos trapos. Ouvindo sua voz ao fundo gritando ente sorrisos, que ela era linda, a mulher mais maravihosa que já conhecera, era bela e forte.</div>
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<br /><div>Nos dias seguintes foi sentindo um calor lhe subir por ente as pernas cada vez que pensava no traficante. Mas não era mulher de malandro, não iria atrás dele. Mas não precisou fazê-lo, Geninho veio até sua porta, pedir aos avós que lhe permitissem namorar a neta - já que sua mãe também havia partido para São Paulo, para tentar melhor sorte na cidade grande. Incrédula, Morena esperou a negativa, porém essa nunca chegou. E começaram a namorar. De tanto namorar, Morena engravidou em menos de um mês. Geninho lhe pediu que abortasse, traficante não podia ser pai de família. Entretanto, Morena não lhe deu ouvidos. Sonhava em ser mãe e seguiu com a gravidez. Quando já estava com oito meses, Geninho não viu outra alternativa a não ser partir para um trabalho formal e deixar a bandidagem. E assim o fez. Loureno nasceu marrom claro. Tinha as feições do pai e o temperamento da mãe. </div>
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<br /><div>Seguiu a infância exatamente como a mãe. Correndo atrás de aventuras pelo bairro. A mãe o acompanhava ao longe, como fizera sua própria mãe. No dia 02 de fevereiro, dia da festa de Yemanjá organizada pelos moradores do bairro, quando as famílias iam juntas reunir-se para orar e deixar os presentes para a Rainha do Mar, Morena se arrumava e arrumava o menino para a festa quando ouviu batidas na porta, que se tornavam cada vez mais violentas. Antes que pudesse segurá-lo Lourenço avançou apra a porta e bateu nela também, achou que alguém brincava com ele, até que a porta veio abaixo, Lourenço correu para os braços do pai, que ao ver os homens o jogou no chão violentamente, antes de cair ele mesmo, violentamente, no chão. Geninho morreu no ato, após receber treze tiros de homens, que Morena só pode descrever para a polícia que chegou apenas após o enterro, como jovens drogados.</div>
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<br /><div>Morena então se viu mãe solteira. E teve que deixar os limites antes tão seguros do bairro para rumar para a cidade em busca de emprego. Quando viu aquelas escadas tortas, as ladeiras remendadas, a infinidade de nuvens no céu, enxugou com as lágrimas as lembranças de estar num vale perdido, fincado na paz roubada. Optou por descer a ladeira e se divertiu com o próprio rebolado. A cidade era uma lástima. Gente correndo, se atropelando, sem se olhar nos olhos. Ninguém dava atenção à ninguém. Todos no ônibus faziam contato apenas com um aparelho que lhe tapava os ouviso, como se assim pudessem silenciar os sons externos. Os muitos carros buzinavam tanto, que pareciam, guisos estridentes de impaciência. Se segurou nas pernas para não se deixar levar por aquele tormento frenético e sentindo que as forças lhe faltavam tirou os sapatos que lhe apertavam os dedos e lhe desequilibravam para buscar a firme sustentação do chão. MAs este também termia com o passar os ônibus e caminhões. Apertou forte os olhos e se convenceu de que partia para uma nova aventura. E foi assim, imbuida do espírito de caçadora que encontrou um supermercado e decidiu entrar. Conseguiu empregar-se como caixa, nesse mesmo hipermercado. Depois de alguns meses, as aventuras cederam espaço para o marasmo. A cidade não lhe causava mais espanto ou surpresa. Trabalhava muito, ganhava pouco. Teve que conter-se para não entrar na insatisfação permanente (e justificadas) de suas colegas de trabalho. Estava claro porquê seu ex companheiro havia optado pela bandidagem. Porém cada vez que saía não tinha desejo de voltar ali, nem mesmo pelo seu filho e fazia cada vez mais hora extra. </div>
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<br /><div>Um dia, numa de suas idas e vindas pelas ladeiras e escadas do bairro, conheceu Roberto. O rapaz lhe pareceu muito mais novo que ela, mas àquela altura já fazia dez anos que o pai do seu filho havia partido e pensou que não lhe faria mal ofertar-se esse consolo. Roberto era caminhoneiro e fazia entregas para a quintanda, para o açougue e para o supermercado. O francês, o americano e o português haviam fechado um acordo, que eles batizaram de euroamérica e, por isso, contrataram os serviços de Roberto. Os estrangeiros já estavam tão senis que não tinham mais disposição de subir e descer as ladeiras e escadas do bairro e desonfiavam que os próprios filhos lhe surrupiavam. Então, uniram-se em prol do bem comum. Roberto era um touro na cama, mas tinha um fraco pelo álcool. Quando bebia, quebrava a casa quase toda, os poucos móveis e louça. Morena não ligou muito para isso, até que o homem começou a lhe pegar também. Foi aceitando os golpes, como fardo do destino, até que ele quis pegar seu filho. Nesse dia descobriu-se grávida de outro rebento e cega de vingança. Lourenço, muito mais fraco e mirrado que Roberto havia desmaiado com o primeiro soco, mas o caminhoneiro insistia em lhe dar chutes, como para ter certeza de que estava desmaiado. Morena, com precisão cirúrgica lhe cravou a faca de cortar carnes nas costas e o homem tombou no chão. Tentou erguer-0se, a mulher lhe tirou a faca, lhe cravou no peito. </div>
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<br /><div>Morena disse mais tarde a todos que Roberto havia se matado. Ninguém lhe fez perguntas, apenas aceitaram a estória. Afinal, a paz reinava novamente no bairro, sem os gritos horripilantes que vinham da cas dela toda sexta feira. Lourenço partiu para a vida, nãos em antes, jogar na cara da mãe que jamais a perdoaria por elvar para casa tal brutamontes e por não ter previsto as consequências. Morena ouviu calada, cabisbaixa. Chorou por uma semana inteira e quando o novo rebento chegou já estava com 44 anos e o rebento chegou meio vivo, meio morto. Mas tornou-se uma mulher muita bonita, que ela batizou de Esther. A filha se mudou para outro bairro. Dizia não aguentar aquele mundo pequeno em que a mãe vivia e detestava a pobreza, faria dinheiro não importava como. A menina havia nascido para os luxos, para as regalias, não para o comedimento. Tampouco ahvia nascido para os homens, só gostava de mulheres. E Morena aceitou isso, sem questionar ou se irritar. Pela filha soube que Lourenço se mudou da Bahia para morar no interior, no coração das Minas, foi buscar novas aventuras. Esther, por sua vez, abriu um salão de beleza, que ela chamou de Estrela. Frente a condição da mãe, a filha era realmente rica.</div>
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<br /><div>Morena não aceitava ajuda de ninguém. Havia criado os dois filhos sozinha, com o dinheiro que ganhava e, mesmo agora, que havia sido afastada por uma doença crônica incurável, que a tornava imprestável até para as habilidades domésticas, que os médicos batizaram de LER/DORT, provavelmente pela dor que gerava nos iletrados. Mesmo agora, não queria esmolas, manteria a dignidade. Começou então a passar roupa nas casas de Madame. Como preferia trabalhar em casa, levava as roupas na cabeça para casa, para devolvê-las no dia seguinte. Tinha suas razões para deixar o bairro, mas nenhuma para retornar a ele. As pessoas que amara já não pertenciam a esse mundo. Os filhos eram donos de outros mundos, agora. A Ler/DORT lhe havia tirado parte do movimento dos braços, dos joelhos e secado para sempre sua lombar. Preferia morrer só, do que aventurar-se com um outro homem. Os que passaram em sua vida foram o suficiente para lhe partir o coração. Quando esse pensamento lhe chegou a cabeça, o vento balançous eu corpo, como se o embalasse e desatou o nó de sua trouxa. Morena levou uma de suas mãos à trouxa e a outra para o coração. Sentiu ele partir-se. Havia aguentado o que podia. E seu rosto se deformou num sorriso, no mesmo instante que as roupas coloridas se ergueram em valsa à maestria do vento e bailaram sobre ela e em volta dela. Quando seu corpo caiu para trás, ainda teve tempo de ver o céu rosa - amarelado. Partia para mais uma aventura. </div>
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<br />Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-68899035582663146752011-07-26T10:22:00.000-07:002011-07-26T10:33:36.775-07:00Paz e Amor<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFYrvf_wcheuPwIhyphenhyphenmEIiB6RCgWr-Me7SaUp0JciaXR955djrem6Yt5JBXUD8N-QuV_cvAcDLY-uEP-lHn5FdnifERqrnt6rsJ56QdogI2FOr8SrsDCxy3vyDDVGhGyOMmBpKMp-nfoKY/s1600/imagesCAXZXON6.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 199px; FLOAT: right; HEIGHT: 254px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633715408848214162" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFYrvf_wcheuPwIhyphenhyphenmEIiB6RCgWr-Me7SaUp0JciaXR955djrem6Yt5JBXUD8N-QuV_cvAcDLY-uEP-lHn5FdnifERqrnt6rsJ56QdogI2FOr8SrsDCxy3vyDDVGhGyOMmBpKMp-nfoKY/s320/imagesCAXZXON6.jpg" /></a><br /><br /><br /><div>Hoje assistia ao noticiário na TV, quando saiu uma reportagem sobre uma manifestação pública e pacífica de todos os noruegueses que foram as ruas com flores nas mãos para declarar seu repúdio ao insano que saiu matando todo mundo a troco de nada e para dizer para o mundo que o amor não tem fronteiras. Mesmo que tudo hoje em dia tenha se tornado clichê ou bem próximo disso, mesmo quando tudo e nada faz sentido, ainda me emociono quando vejo uma manifestação pública de amor, seja ele(a) o próximo mais próximo ou o próximo mais distante. Creio que só pelo amor, só pelo bem é que podemos encontrar o paraíso em vida, em nossa vida. Que siga havendo no mundo a paz e o amor, como diriam os que nunca deixaram de crer nisso e até os que já deixaram, mas ainda assim disseminaram ambos no woodstock!</div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-75368359177570801902011-07-11T05:34:00.001-07:002011-07-11T06:05:59.218-07:00Amor louco<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj8AL4aFmojZTkXACIR_3minXbE3PgLQtrHwk0cmcWJy2iuMCuZ6CeM3t4SuGd_aUhh3laEzOG4RFDoJyohXtBFcVTal3XtT89cIF7FcH33Swt2FHD2Dwb4MtbUx1smdJgtX3pW5SM6O8/s1600/imagesCAJOQJ41.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 263px; FLOAT: right; HEIGHT: 192px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5628080267231573874" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj8AL4aFmojZTkXACIR_3minXbE3PgLQtrHwk0cmcWJy2iuMCuZ6CeM3t4SuGd_aUhh3laEzOG4RFDoJyohXtBFcVTal3XtT89cIF7FcH33Swt2FHD2Dwb4MtbUx1smdJgtX3pW5SM6O8/s320/imagesCAJOQJ41.jpg" /></a><br /><br /><div>Outro dia estava na praia, tomando um banho de mar gostoso, com um sol bonito, e aquele céu azulão pintado de nuvens brancas, quando entra um casal na água. Ela alta, negra, cabelos cortados bem rente e magra pelo uso excessivo de crack. Ele da mesma altura que ela, branco, cabelos compridos, olhos verdes e magro, pela mesma razão que ela. Nossa! A moça era só alegria. Tudo para ela era lindo! Ela olhava para ele com olhos orgulhosos e gulosos e se jogava no mar, fingindo se afundar em amor. E ele, respondia aos risos, a resgatando, cauteloso. Mais tarde na praça, olha eles lá, despreocupados, andando abraçados, agarrados, parando sob um teto protegido só para acender um cigarro de crack e fumar a sós. Achei aquilo tudo tão poético! Um amor de loucos um pelo outro e pela droga, cola de ligação entre ambos. Num mundo onde o amor tornou-se estilizado, o romance virou clichê. Mais ainda, numa Bahia, onde os homens são tão descarados que as mulheres já entram na relação com medo, cheia de precauções, esperando o momento da traição, desconfiando dos passos, dos olhares, das saídas (e na maioria das vezes, com razão!), o que por si só, diminui a capacidade de entregar-se para o escuro que é esse outro que inspira amor; ver aqueles dois se entregando um ao outro umas vezes sem demora, noutras com urgência, sem se importar com o público, apenas com a paisagem, foi tão inspirador, que desejei eu viver um amor louco, sem o crack, é claro! </div><br /><br /><br /><div></div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-55808057948252150712011-06-28T12:38:00.000-07:002011-06-28T13:26:34.853-07:00Apartamentos e Sapatos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHvI_6AZLIQHgwbBJQcYY7og_h3SFVuf2AhRnLCpLz2dDsNPMWhYLplsgVNLpviDL0zlqsW4MIALbylma4cFGnPFqeXI6dYpTU9ZGJaM4nXVr7WQEbtQOTIgLflNlHUGNv9sb_VMg9Bq4/s1600/imagesCAXZXON6.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 192px; FLOAT: right; HEIGHT: 101px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5623367146561698690" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHvI_6AZLIQHgwbBJQcYY7og_h3SFVuf2AhRnLCpLz2dDsNPMWhYLplsgVNLpviDL0zlqsW4MIALbylma4cFGnPFqeXI6dYpTU9ZGJaM4nXVr7WQEbtQOTIgLflNlHUGNv9sb_VMg9Bq4/s320/imagesCAXZXON6.jpg" /></a><br /><br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS1oZpMZ0n8t-zT7KYna9Z8wBHg57GSjPYMDPaznnnMoahzImeZokBVHDugn8dnoWx4W3bFGsELmUu-5r4ZkbMPh9ZEdpfgCTpPHEcPEMt9VEOOtnLSlHQQ2fP-FoGjcNYDHyhRIxfdvM/s1600/untitled+2.bmp"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 207px; FLOAT: left; HEIGHT: 243px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5623367088734019714" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS1oZpMZ0n8t-zT7KYna9Z8wBHg57GSjPYMDPaznnnMoahzImeZokBVHDugn8dnoWx4W3bFGsELmUu-5r4ZkbMPh9ZEdpfgCTpPHEcPEMt9VEOOtnLSlHQQ2fP-FoGjcNYDHyhRIxfdvM/s320/untitled+2.bmp" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div>Salvador passa por um bum imobiliário. Prédios de 20, 30 andares são erguidos em áreas distintas da cidade num piscar de olhos. E com aspecto cada vez mais modernoso, esses edifícios vão enchendo e poluindo a vista da cidade. Entretanto, a despeito da criatividade dos arquitetos, a descrição sumária de qualquer imóvel considerado novo, comprado ou não na planta é: caixa de fósforos. Essa prerrogativa parece ser tão preponderante que até os programas de TV já dedicam minutos de suas edições para orientar o cidadão a melhor decorar seu pequeno espaço e fazê-lo parecer maior. São usados espelhos, peças flutuantes, TVs que se fixam às paredes, prateleiras, camas com gavetas etc. Aí, você entra no prédio: piscina, salão de jogos, sala de esportes, churrasqueira, sauna, quadra etc. Se encaminha para o apartamento e abre a porta para aquele pretenso luxo vestido de branco, adesivos de parede, sofás-camas retráteis, beliches, mini mesas de centro, mesas de jantar redondas com tampo de vidro móvel - tudo, tudo feito visando a economia de espaço e uma aparência elegante apesar dos poucos metros quadrados. E eu me pergunto: Vale a pena? </div><br /><div></div><br /><div>Vendo a reportagem sobre como melhor utilisar o pouco espaço da sua nova casa que você passou trinta anos pagando, fiquei me questionando se essa moda não se assemelhava à moda dos sapatos. Desde que me entendo por gente, chique é salto e (pior) fino. Se você vai no shopping, plataforma, se vai no mercado sapatilha, se vai numa festa, salto 15, se vai ao motel, 30. E os dedos dos pés ficam lá, escondidos, espremidos, montados uns sobre os outros, confinados a uma total falta de espaço em troca de uma aparência mais pomposa. Dor, calos, vermelhidão, nada parece findar o ânimo de milhares de mulheres (e também homens) que se cercam de mais sapatos apertados do que seus pés e sua coluna podem suportar, mais sapatos que dias da semana! Antes com a predominância do preto e marrom, basicamente, hoje com o ofuscante (e quase cegante!) rosa choque, azul, verde e amarelo, acompanhados de shorts ou mini saias, tudo muito chique a depender da moda vigente.</div><br /><div></div><br /><div>Me impressiona a mídia e seu poder. Que convencionou como normal (leia-se normótico - salve Pierre Weil) espremer-se em pequenos espaços ao invés de refestelar-se em grandes áreas abertas. Vá lá que grandes áreas abertas são mais difícies de encontrar e consideravelmente mais caras. Mas prefiro ficar economizando por 30 anos por uma casa espaçosa com área ampla para móveis, circulação de gente, de bichos, de ar, a um restrito catre. Assim como creio que ter os pés livres torna nosso corpo mais livre, mais aberto, para a circulação de ar, de sangue, de emoções e o que mais vier. Um apartamento na Pituba de 120 metros pode parecer chique de longe. Mas um de 300 nos Barris, por exemplo, tem mais pompa, mais classe, mais robustez. Assim como sapatos que permitam o movimento levam o corpo a re-encontrar sua graça natural, sua finesse interior.</div><br /><div></div><br /><div>Seja um apartamento ou um sapato, acredito que espaço é necessário à vida e defender sua necessidade de área livre faz parte da natureza animal do ser humano e só assim, permitindo-se ampliar os próprios terrenos é que é possível se sentir tão confortável e livre para fazer os próprios olhos e os olhos dos outros brilhar de admiração.</div></div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1722849000411606871.post-3422966518573315722011-03-09T06:45:00.000-08:002011-03-09T06:59:33.747-08:00Muitos Carnavais<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNbDNZR7eR4aPauULICB4omN4ESZ0bCuLQNTfi0JIJTHEG9yrO9-Jw-R0DjPkxi7HPeGrDeQzpQEnLRJFDP23wY4myDLDZ9mYBNm9NGlOOghiesi8cgP5eYK8SONhM7aRV63yV8P3G9fE/s1600/untitled.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 259px; DISPLAY: block; HEIGHT: 194px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5582094879273068658" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNbDNZR7eR4aPauULICB4omN4ESZ0bCuLQNTfi0JIJTHEG9yrO9-Jw-R0DjPkxi7HPeGrDeQzpQEnLRJFDP23wY4myDLDZ9mYBNm9NGlOOghiesi8cgP5eYK8SONhM7aRV63yV8P3G9fE/s320/untitled.bmp" /></a><br /><div><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNoSpacing"><span style="mso-ansi-language: PT-BR;font-size:20;" ><span style="color:#5a5a5a;"><span style="font-family:Calibri;">Ah, o carnaval! Já fui tantas vezes, já pulei atrás de muitos trios, já tomei muita cerveja, cheirei lança – foi inclusive no carnaval que ela me foi apresentada, num murro na minha boca, seguido de um beijo e uma ordem, aspire. Aí, veio uma sirene muito alta que saía de dentro da minha cabeça, uma tontura, mesclada com euforia, a música, qualquer fosse, parecia maravilhosa, novo beijo e mais carnaval. E carnaval, para mim, tinha que ser com muita cerveja, assim, dopada, não via as brigas, os roubos, as milhares de infrações de leis de direitos humanos, cometidos por todos os camarotes, blocos, cidadãos mais abastados, pelos menos abastados, pela polícia... Embebida em álcool, a festa parecia supimpa! As milhares de mãos, que insistiam em me apalpar, puxar, roubar beijo, me derrubar no chão, me imobilizar, me forçar um beijo e me dar a mão para levantar, tudo bobagem, eu não sentia nada! Não que eu fosse um sucesso no carnaval, mas que sempre estava tão bêbada que, notoriamente, parecia ser um alvo fácil. Sóbria mesmo, só babei nos filhos de Gandhi, quando o bloco ainda era composto apenas por negros altos, fortes, lindos, que espirravam água de cheiro no nosso corpo, protegiam as desamparadas e se despediam com um beijo mais terno que sexual. Memórias boas também, quando Carlinhos Brown inventou um corre todo mundo para trás e depois corre todo mundo para frente, quando vi uma senhora bem larga, cair no chão e derramar milhares de latinhas no chão, pedi a Deus para conseguir ajudá-la, mas quando vi, uma roda enorme de pipoqueiros já havia sido aberta para resgatar todas as latinhas da senhora e devolvê-las para o seu gigantesco saco. O mesmo quando perdi e achei minha lente de contato! (quer dizer, acharam. Eu, embriagada, lógico, coloquei a lente na boca e de lá no olho, ganhei uma infecção ocular pós carnaval, mas não fiquei gripada risos). Me apaixonei, pelo menos três vezes durante o carnaval, mas nunca surgiram namoros destes amores carnavalescos, só ficadas mais cumpridas. Mas, hoje, ouvindo e vendo as pessoas passando bem embaixo da minha janela, o cheiro de mijo mesclado com cerveja e suór, o enorme montante de gente que passa com camisas de blocos, camarotes, sem camisa, às vezes, até sem roupa! me dão um desânimo. Acho que nem mesmo bebássa me divertiria. Talvez, tome coragem e vá na rua, pipocar. Mas, por enquanto, vou ficando alcoolizada em casa mesmo e indo dormir. Descobri a fórmula perfeita para dormir bem, com o barulho infernal que insiste em invadir minha casa. Duas latas de cerveja e aí, nossa, durmo tão bem, que esqueço tudo, não escuto nada. Então, escrevendo isto, meu rosto esboça um sorriso. Foram muitas as minhas mudanças ao longo dos carnavais (foram muitas, também, as mudanças do carnaval, na forma, na quantidade de gente etc), mas, quando fico em Salvador, morando na Barra, a única coisa que não parece ter mudado, é o fato de passar todos os carnavais, bebássa! (gargalhadas). Saudades imensas de todos aqueles que participaram comigo das milhares de aventuras carnavalescas, Malara, Violet, Iara, Raquel, Mylena, Majó, Dan, Anaê, e tantos outros, memórias de outros tempos, outra vida. E daqueles, que com certeza, dividiram um cigarro comigo, neste momento casulo como Cris e Lua. A todos, vai meu desejo sincero de bom carnaval. Mas, agora, tenho que ir, estão batendo na minha porta. Mais uma vez, lá vou eu, pipocar. Só pra garantir, vou pegar uma piriguete* kkkkkkkk</span></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNoSpacing"><span style="mso-ansi-language: PT-BR;font-size:20;" ><span style="font-family:Calibri;color:#5a5a5a;"></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNoSpacing"><span style="mso-ansi-language: PT-BR;font-size:20;" ><span style="font-family:Calibri;color:#5a5a5a;">* Piriguete, nome dado as mulheres mais fáceis, que todo mundo passa a mão. Os baianos, eita povo criativo, não só lançaram este nome no mercado de relacionamentos, como batizaram a cerveja Skol de 250 ml, pequeninha e mais barata com o mesmo nome. Segundo descobri, todo mundo prefere a piriguete, é chegar, passar a mão e levar, e ainda garantir pagar menos por isso! </span></span></p></div>Janela da Cucahttp://www.blogger.com/profile/14427401536527695619noreply@blogger.com1