quarta-feira, 10 de junho de 2009

Contando estórias


Tudo começou quando ainda menina, sentava, atenta, no chão para ouvir as estórias de meu pai. Mais tarde, eram as estórias da minha irmã, que se misturavam as estórias de Ziraldo, Jorge Amado, Clarice Linspector e tantos outros autores. Quando completei 31 anos, ganhei um livro de estórias, chamado Mulheres que correm com os lobos. E, neste mesmo ano, vieram para Bahia os Tapetes Contadores de Histórias com suas técnicas de contação (as estórias eram tão mágicas, que decidi participar do curso). Nunca achei que fosse boa contadora, inclusive porque não sei o que fazer quando olho em volto e vejo olhos atentos em mim, mas, resolvi arriscar. A primeira vez, foi num rompante, numa mistura de revolta e medo, lá mesmo com os tapetes, a segunda, foi para meus alunos e os alunos dos outros grupos, a terceira foi do mesmo jeito e, assim, foi a quarta e a quinta. Nunca me sinto confortável, sempre fico gelada, com o coração aos pulos, mas sempre acabo sendo convidada a contar uma estória e sempre acabao fazendo. Percebi que as crianças aprendem mais quando a aula é uma estória e qua alguns adultos também, sei que eu aprendo mais quando é uma estória e, logo escuto na cabeça, um mote do Castelo Ra tim bum: "senta que lá vem história!" E vou seguindo, contando estórias por aí...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Aonde está o dinheiro?


Hoje, que vivo numa vida mais que apertada, longe do ideal de conforto que gostaria; com dores de cabeça e falta de ar que tornam-se constantes cada vez que chego no banco para pagar as contas e minha conta, só de me ver, já fica vermelha... Fico pensando quando é que poderei me dar ao luxo de respirar aliviada e poder realmente fazer pequenas coisas que gosto e que não custam assim tão caro, mas que custam dinheiro, tipo, tomar um vinho com as amigas, dar entrada num veículo, ter filhos... sem ter que ficar com o peso da responsabilidade, de estar optando por um prazer que irá me deixar no desprazer mais tarde... (o que, claro, me faz desistir de concretizar cada uma destas idéias!) Penso que a relação com o dinheiro é parecida com a relação com os homens. Quando você tem você fica ótima, não se preocupa muito com os excessos, quando não se tem você fica obcecada, querendo conquistar algo rápido! Já tentei me tranquilizar várias vezes, dizendo para mim mesma, que o dinheiro (como o homem) viria e quanto mais me preocupasse com ele, mais ele tardaria em chegar. Mas, que ele vem, eu não tenho dúvida! Mas, quando minha conta me olha vermelhinha, não consigo fazer piada, nem achar graça disto, deixar a vida me levar (como no filme "Cristina quer casar", "Opaí, ó" , "Estranhos" e tantos outros brazucas que abordam o mesmo tema); aí tudo vai pro água abaixo, somatizo tudo e viro a chata, estressada, sabe, como aquelas matronas, que só criticam e reclamam?! Pois é, estou insatisfeita, sim! Minha relação com o dinheiro está muito mesquinha! Quero mais, para poder deixá-lo livre! Mas, pelo menos, por enquanto, só desejo que ele venha! Investi em tanta coisa (e ainda estou investindo), pensando (e com a esperança de) que, um dia, ele chegue, sorrindo faceiro, me fazendo esquecer que um dia já tive problemas...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Família


Engraçado como são diferentes as familias. Todo mundo exposto as mesmas ondas, mas cada um absorvendo de uma maneira muito diferente. Como diria o filósofo, cada cabeça um mundo! (quem disse isto foi um filósofo mesmo? Se não, era, deveria ser...) Sempre vejo como meu querido amado, faz uma festa danada por ter descoberto algo novo, ou como dá ênfase a algo que descobriu com uma alegria contagiante, que realmente, incita a curiosidade. Fiquei pensando na minha família. Quando se vive numa casa onde todos querem mais. Você acha uma maçã e a reação é, encontrou a macieira? É como se houvesse uma cobrança de ser mais, de querer mais! Hoje já não sei se minha família é realmente assim ou se eu a signifiquei assim. Vindo de uma família de doutores, onde o erro, dá uma grande margem para ser motivo de chacotas e piadinhas, errar, é humano para os outros, porque, quando é você, é terrível! Aí, vi que não celebrava as descobertas, não incitava a curiosidade, porque, sinto como se tivesse a obrigação de ser melhor, de descobrir, de vencer, de chegar mais longe! Todos na minha casa foram aprovados no doutorado ou mestrado com honra ao mérito. E eu, feliz da vida com isto, escuto: é, nega, é melhor você correr, que você só tem o superior completo... Quem mandou perder tempo, fazendo tanta faculdade?" (Foram 3, na verdade, perdi tempo, realmente, mas será que perder tempo, existe mesmo, ou a gente vive o que tem que viver?! Sei, que agora, me esforço para celebrar os bons momentos, curtir o agora, com mais liberdade para errar, pois como cantou Oswaldo Montenegro, hoje é dia de celebrar!