domingo, 8 de janeiro de 2012

Quando ele foi embora



No dia que ele foi embora, parecia um sonho. Tinha a sensação de que voltaria mais tarde, como se fosse apenas mais uma saída para o trabalho. Mas, depois de uma semana, me convenci que ele não mais voltaria. É engraçado como mesmo estando fora, ele está aqui presente em toda parte. Nas fotos dos porta retratos, no cheiro no travesseiro, nas camisas na gaveta, nos perfumes no banheiro. No primeiro mês achei que fosse morrer de solidão e não sabia se aquilo significava que era uma nova solteira dentre as tantas na cidade, se era um período de liberdade com algumas fronteiras ou simplesmente uma ausência. No segundo mês, as coisas parecem ter mudado, para mim. Ainda sinto a falta, mas a falta não se traduz em ausência, apenas numa conexão a distância. E pensei na falta de muitas pessoas que daqui saíram e foram morar em outros estados e outros países, mas a falta de um companheiro é diferente, não é mesmo? Ouvi outro dia que o casamento era melhor para o homem, porém, por mais que fosse repetido e que todas as mulheres presentes assentissem, eu não consegui concordar. Acho que casamento é bom para ambos! Nuns dias é melhor para um, noutros para o outro, noutros para ambos. O que acredito é que manter uma relação a distãncia é ruim para os dois, mas pode ser o momento de rever conceitos, acertos, posições. Tempo para repensar a relação. Se ela dura, persiste, é porque assim os dois quiseram, se não, se esvai com o tempo. A minha até então, está durando. Entretanto, já coloquei na cabeça, que só espero até o sétimo mês. Afinal de contas, solitude excessiva deixa a gente maluca, especialmente nos dias de lua cheia, ou se morre de biela ou se é acometido de síndrome do túnel do carpo e eu não desejo para mim nem uma, nem outra!

Um comentário:

Cris O disse...

Texto triste mas muito lindinho ao mesmo tempo... adoro como você escreve.